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com os elementos mais pesados comuns por todo o universo, as antigas<br />

estrelas de alta massa não podem se formar. Na verdade, nenhuma das<br />

gigantes de alta massa foi jamais observada. Mas nós lhes atribuímos a<br />

responsabilidade de terem introduzido pela primeira vez no universo quase<br />

todos os elementos familiares que agora aceitamos como naturais, inclusive o<br />

carbono, o oxigênio, o nitrogênio, o silício e o ferro. Chamem a isso de<br />

enriquecimento. Chamem de poluição. Mas as sementes da vida começaram<br />

com a primeira geração de estrelas de alta massa há muito desaparecida.<br />

Durante os primeiros poucos bilhões de anos depois da época do<br />

desacoplamento, o colapso gravitacionalmente induzido prosseguiu sem<br />

comedimento, enquanto a gravidade unia a matéria em quase todas as<br />

escalas. Um dos resultados naturais da gravidade em funcionamento foi a<br />

formação de buracos negros supermassivos, cada um com uma massa igual a<br />

milhões ou bilhões de vezes a massa do Sol. Buracos negros com essa<br />

quantidade de massa têm aproximadamente o tamanho da órbita de Netuno<br />

e devastam seu ambiente nascente. Nuvens de gás atraídas para esses<br />

buracos negros querem ganhar velocidade, mas não conseguem, porque há<br />

muitas coisas pelo caminho. Em vez disso, elas batem e atritam contra tudo o<br />

que acabou de surgir antes delas, descendo em direção a seu senhor num<br />

redemoinho rodopiante. Pouco antes de essas nuvens desaparecerem para<br />

sempre, colisões dentro de sua matéria superaquecida irradiam quantidades<br />

titânicas de energia, igual a bilhões de vezes a luminosidade do Sol, tudo<br />

dentro do volume de um sistema solar. Jatos monstruosos de matéria e<br />

radiação jorram adiante, estendendo-se centenas de milhares de anos-luz<br />

acima e abaixo do gás rodopiante, enquanto a energia segue perfurando e<br />

escapa do funil de todas as maneiras possíveis. Quando uma nuvem cai<br />

dentro do buraco, e outra o orbita à espera, a luminosidade do sistema<br />

flutua, tornando-se mais brilhante e mais indistinta em questão de horas,<br />

dias ou semanas. Se os jatos estiverem por acaso voltados diretamente para<br />

nós, o sistema parecerá ainda mais luminoso, e mais variável na sua emissão,<br />

do que aqueles casos em que os jatos apontam para o lado. Vistos de qualquer<br />

distância apreciável, todas essas combinações de buracos negros acrescidos<br />

de matéria cadente parecerão surpreendentemente pequenas e luminosas<br />

em comparação às galáxias que vemos hoje. O que o universo criou – os<br />

objetos cujo nascimento acabamos de presenciar com palavras – são quasares.<br />

Os quasares foram descobertos durante o início da década de 1960,<br />

quando os astrônomos começaram a usar telescópios equipados com<br />

detectores sensíveis a domínios invisíveis da radiação, como as ondas de<br />

rádio e os raios X. Portanto, seus retratos galácticos incluíam informações<br />

sobre a aparência das galáxias naquelas outras faixas do espectro<br />

eletromagnético. Combine isso com outros melhoramentos nas emulsões<br />

fotográficas, e um novo zoo de espécies de galáxias emergiu das profundezas<br />

do espaço. Muito notáveis nesse zoo eram alguns objetos que, nas fotografias,<br />

parecem estrelas simples, mas – bem diferentes das estrelas – produzem

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