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por um sexto termo final, a razão entre o período de vida médio de uma<br />
civilização inteligente e o período de vida total da galáxia da Via Láctea<br />
(cerca de 10 bilhões de anos).<br />
Cada um dos seis termos da equação de Drake requer conhecimento<br />
astronômico, biológico ou sociológico. Temos agora boas estimativas dos dois<br />
primeiros termos da equação, e parece provável que se obtenha em breve<br />
uma estimativa útil do terceiro. Por outro lado, os termos quatro e cinco – a<br />
probabilidade de que a vida surja num planeta adequado, e a probabilidade<br />
de que essa vida evolua para produzir uma civilização inteligente – requerem<br />
que sejam descobertas e examinadas várias formas de vida por toda a galáxia.<br />
Por enquanto, qualquer um pode argumentar, quase tão bem quanto os<br />
especialistas, sobre o valor desses termos. Qual é a probabilidade, por exemplo,<br />
de que, tendo um planeta condições adequadas para a vida, então a vida vai<br />
realmente começar sobre o planeta? Uma abordagem científica dessa<br />
questão clama pelo estudo de vários planetas adequados para a vida durante<br />
alguns bilhões de anos, para verificar quantos realmente produzem vida.<br />
Qualquer tentativa de determinar o período de vida médio de uma<br />
civilização na Via Láctea requer igualmente vários bilhões de anos de<br />
observação, depois de se ter localizado um número suficientemente grande<br />
de civilizações que sirva de amostra representativa.<br />
Não é uma tarefa irrealizável? Uma solução plena da equação de Drake<br />
ainda está muitíssimo distante no futuro – a menos que encontremos outras<br />
civilizações que já a resolveram, usando-nos talvez como um ponto de dados.<br />
Mas a equação propicia, ainda assim, uma base que nos ajuda a compreender<br />
tudo o que é preciso para estimar quantas civilizações existem em nossa<br />
galáxia. Matematicamente, todos os seis termos na equação Drake se<br />
parecem uns com os outros no que diz respeito ao seu efeito sobre o resultado<br />
total: cada um deles exerce um efeito direto e multiplicador sobre a resposta<br />
da equação. Se supomos, por exemplo, que um em três planetas adequados<br />
para a vida produz realmente vida, mas explorações posteriores revelem que<br />
essa relação é na verdade igual a 1 em 30, teremos superestimado o número<br />
de civilizações por um fator de 10, admitindo-se que as estimativas para os<br />
outros termos se mostrem corretas.<br />
Julgando pelo que ora sabemos, os primeiros três termos na equação de<br />
Drake indicam que existem bilhões de sítios potenciais para a vida na Via<br />
Láctea. (Nós nos restringimos à Via Láctea por modéstia, e também por nos<br />
darmos conta de que as civilizações em outras galáxias terão muito mais<br />
dificuldades em estabelecer contato conosco, ou nós com elas.) Se quiserem,<br />
vocês podem trocar argumentos introspectivos profundos com seus amigos,<br />
família e colegas sobre o valor dos três termos restantes, e decidir sobre os<br />
números que vão entrar na sua estimativa do número total de civilizações<br />
com proficiência tecnológica em nossa galáxia. Se acreditarem, por exemplo,<br />
que a maioria dos planetas adequados para a vida produzem realmente vida,<br />
e que a maioria dos planetas com vida evoluem para formar civilizações<br />
inteligentes, vocês vão concluir que bilhões de planetas na Via Láctea