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direta entre as distâncias e as velocidades de recessão das galáxias encontra<br />

expressão algébrica na lei de Hubble, a equação simples que descreve o<br />

comportamento básico do universo: v = H 0 x d. Nessa equação, v representa<br />

a velocidade de recessão, d a distância, e H 0 é uma constante universal,<br />

chamada constante de Hubble, que descreve o universo inteiro em qualquer<br />

época particular. Observadores alienígenas em todo o universo, estudando o<br />

cosmos 14 bilhões de anos depois do big bang, encontrarão galáxias que<br />

recuam a velocidades que seguem a lei de Hubble, e todos deduzirão o<br />

mesmo valor para a constante de Hubble, embora provavelmente passem a<br />

lhe dar um nome diferente. Essa pressuposição de democracia cósmica está<br />

subjacente a toda a cosmologia moderna. Não podemos provar que o cosmos<br />

inteiro segue esse princípio democrático. Talvez, muito além do horizonte<br />

mais distante de nossa visão, o cosmos se comporte de maneira totalmente<br />

diferente da que vemos. Mas os cosmólogos rejeitam essa abordagem, ao<br />

menos para o universo observável. Nesse caso, v = H 0 x d representa uma lei<br />

universal.<br />

Com o tempo, entretanto, o valor da constante de Hubble pode mudar e,<br />

na verdade, muda. Um novo e aperfeiçoado diagrama de Hubble, um<br />

diagrama que se estende para incluir galáxias distantes a muitos bilhões de<br />

anos-luz, revelará não só o valor da constante H 0 de Hubble (expressa na<br />

inclinação da linha que atravessa os pontos que representam as distâncias e<br />

velocidades de recessão das galáxias), mas também a maneira como a taxa<br />

corrente de expansão do universo difere de seu valor existente há bilhões de<br />

anos. O último valor seria revelado pelos detalhes dos limites superiores do<br />

gráfico, cujos pontos descrevem as galáxias mais distantes já observadas.<br />

Assim, um diagrama de Hubble estendendo-se a distâncias de muitos bilhões<br />

de anos-luz revelaria a história da expansão do cosmos, expressa em sua taxa<br />

variável de expansão.<br />

Ao se esforçar por atingir essa meta, a comunidade astrofísica teve a boa<br />

sorte de contar com duas equipes rivais de observadores de supernovas. Os<br />

resultados das supernovas, anunciados pela primeira vez em fevereiro de<br />

1998, tiveram um impacto tão grande que nenhum grupo teria sobrevivido<br />

sozinho ao ceticismo natural dos cosmólogos diante da derrubada de seus<br />

modelos do universo amplamente aceitos. Como as duas equipes de<br />

observadores dirigiram seu ceticismo basicamente uma contra a outra, cada<br />

uma delas procurou com brilhantismo erros nos dados ou na interpretação<br />

da outra equipe. Quando se declararam satisfeitas, apesar de seus<br />

preconceitos humanos, com o cuidado e a competência de seus rivais, o<br />

mundo cosmológico não teve outra escolha senão aceitar, embora com<br />

algumas ressalvas, as novidades das fronteiras do espaço.<br />

Quais eram essas novas? Apenas que as SN Ia mais distantes se revelaram<br />

um pouquinho mais tênues do que o esperado. Isso implica que as supernovas<br />

estão um tanto mais distantes do que deveriam estar, o que por sua vez<br />

mostra que algo obrigou o universo a se expandir um pouco mais

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