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CAPÍTULO 14<br />
A vida no universo<br />
Nosso levantamento das origens nos traz, como sabíamos que aconteceria, ao<br />
mais íntimo e defensavelmente maior de todos os mistérios: a origem da vida<br />
e, em particular, das formas de vida com as quais talvez um dia possamos nos<br />
comunicar. Por séculos, os humanos têm se perguntado como poderíamos<br />
encontrar outros seres inteligentes no cosmos, e com quem poderíamos ter ao<br />
menos uma modesta conversa antes de entrarmos para a história. As pistas<br />
cruciais para resolver esse quebra-cabeça talvez estejam no projeto cósmico<br />
de nossos primórdios, que inclui a origem da Terra dentro da família de<br />
planetas do Sol, a origem das estrelas que fornecem energia para a vida, a<br />
origem da estrutura no universo e a origem e evolução do próprio universo.<br />
Se pudéssemos ao menos ler esse projeto em todos os seus detalhes, ele<br />
poderia nos conduzir das maiores às menores situações astronômicas, do<br />
cosmos ilimitado a localizações individuais onde tipos diferentes de vida<br />
florescem e evoluem. Se pudéssemos comparar as diversas formas de vida<br />
que surgiram em várias circunstâncias, poderíamos perceber as regras do<br />
início da vida, tanto em termos gerais como em situações cósmicas<br />
particulares. Hoje em dia, conhecemos apenas uma forma de vida: a vida<br />
sobre a Terra, que em sua totalidade partilha uma origem comum e usa<br />
moléculas de DNA como o meio fundamental para se reproduzir. Esse fato<br />
nos priva de diversos exemplos de vida, relegando ao futuro um<br />
levantamento geral da vida no cosmos, irrealizável até o dia em que<br />
começarmos a descobrir formas de vida mais além de nosso planeta.<br />
Poderia ser pior. Sabemos realmente muito sobre a história da vida na<br />
Terra, e devemos elaborar esse conhecimento para obter princípios básicos<br />
sobre a vida em todo o universo. Na medida em que pudermos confiar nesses<br />
princípios, eles nos dirão quando e onde o universo fornece, ou forneceu, os<br />
requisitos básicos para a vida. Em todas as nossas tentativas de imaginar a<br />
vida em outros lugares, devemos resistir a cair na armadilha do pensamento<br />
antropomórfico, a nossa tendência natural a imaginar que as formas<br />
extraterrestres de vida devem ser muito semelhantes à nossa. Essa atitude<br />
inteiramente humana, que nasce de nossas experiências pessoais e evolutivas<br />
aqui na Terra, restringe nossa imaginação quando tentamos conceber o<br />
quanto a vida em outros mundos pode ser diferente. Apenas os biólogos<br />
familiarizados com a surpreendente variedade e aparência das diferentes<br />
formas de vida sobre a Terra conseguem extrapolar com segurança qual seria<br />
o aspecto visual das criaturas extraterrestres. Sua estranheza está quase<br />
certamente além dos poderes imaginativos dos humanos comuns.<br />
Um dia – talvez no próximo ano, talvez durante o próximo século, talvez<br />
muito tempo depois disso – vamos descobrir vida mais além da Terra ou