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um ou dois. Como os átomos de carbono podem se ligar com até quatro<br />

outros átomos, eles formam a “espinha dorsal” para todas as – menos as mais<br />

simples – moléculas dentro de organismos vivos, tais como proteínas e<br />

açúcares.<br />

A capacidade do carbono de criar moléculas complexas o transformou<br />

num dos quatro elementos mais abundantes, junto com o hidrogênio, o<br />

oxigênio e o nitrogênio, em todas as formas de vida sobre a Terra. Vimos que,<br />

embora os quatro elementos mais abundantes na crosta da Terra tenham<br />

apenas uma correspondência com esses quatro acima citados, os seis<br />

elementos mais abundantes no universo incluem todos os quatro presentes<br />

na vida da Terra, junto com os gases inertes hélio e neônio. Esse fato poderia<br />

sustentar a hipótese de que a vida sobre a Terra começou nas estrelas, ou em<br />

objetos cuja composição se parece com a das estrelas. Em todo caso, o fato de<br />

que o carbono forma uma fração relativamente pequena da superfície da<br />

Terra, mas uma grande parte de qualquer criatura viva, atesta o papel<br />

essencial do carbono em dar estrutura à vida.<br />

O carbono é essencial para a vida em todo o cosmos? E que dizer do<br />

elemento silício, que aparece frequentemente em romances de ficção<br />

científica como o átomo estrutural básico para formas exóticas de vida?<br />

Como o carbono, os átomos de silício se ligam com até quatro outros átomos,<br />

mas a natureza dessas ligações deixa o silício muito menos propenso que o<br />

carbono a fornecer a base estrutural para moléculas complexas. O carbono se<br />

liga com outros átomos de forma bastante fraca, de modo que as ligações<br />

carbono-oxigênio, carbono-hidrogênio e carbono-carbono, por exemplo,<br />

rompem-se com relativa facilidade. Isso permite que moléculas baseadas em<br />

carbono formem novos tipos quando colidem e interagem, uma parte<br />

essencial da atividade metabólica de qualquer forma de vida. Em contraste,<br />

o silício se liga fortemente com muitos outros tipos de átomos, e em particular<br />

com o oxigênio. A crosta da Terra é composta em grande parte de rochas de<br />

silicato feitas basicamente de átomos de silício e oxigênio, ligados com<br />

resistência suficiente para durar por milhões de anos, e, portanto,<br />

indisponíveis para participar na formação de novos tipos de moléculas.<br />

A diferença entre a maneira como os átomos de silício e carbono se ligam<br />

a outros átomos é um indício forte de que podemos esperar encontrar a<br />

maioria, senão a totalidade, das formas de vida extraterrestre, construída<br />

como somos, com espinhas dorsais de carbono, e não de silício, por causa de<br />

suas moléculas. Afora o carbono e o silício, apenas tipos relativamente<br />

exóticos de átomos, com abundâncias cósmicas muito inferiores às do<br />

carbono e silício, podem se ligar com até quatro outros átomos. Por motivos<br />

puramente numéricos, parece altamente remota a possibilidade de que a<br />

vida use átomos como o germânio, assim como a vida na Terra usa o carbono.<br />

O requisito número (3) especifica que todas as formas de vida precisam de<br />

um solvente líquido em que as moléculas possam flutuar e interagir. A<br />

palavra “solvente” enfatiza que um líquido permite essa situação de

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