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equipe liderada pelo astrofísico americano J. Anthony Tyson, então na Bell<br />

Labs e agora em UC Davis (ele é chamado “Primo Tony” por um de nós,<br />

embora não tenhamos nenhum parentesco) produziu o primeiro mapa<br />

detalhado da distribuição da gravidade da matéria escura dentro e ao redor<br />

de um titânico aglomerado de galáxias. Em qualquer lugar onde vemos<br />

grandes galáxias, encontramos também uma concentração mais elevada de<br />

matéria escura dentro do aglomerado. O contrário é também verdade:<br />

regiões sem galáxias visíveis têm uma escassez de matéria escura.<br />

A discrepância entre a matéria escura e a matéria comum varia<br />

significativamente de um ambiente astrofísico para outro, mas torna-se mais<br />

pronunciada em grandes entidades como as galáxias e os aglomerados de<br />

galáxias. Nos objetos menores, como luas e planetas, não existe discrepância.<br />

A gravidade da superfície da Terra, por exemplo, pode ser explicada<br />

inteiramente pelo que está sob nossos pés. Assim, se você está acima do peso<br />

sobre a Terra, não ponha a culpa na matéria escura. A matéria escura<br />

tampouco tem relação com a órbita da Lua ao redor da Terra, nem com os<br />

movimentos dos planetas ao redor do Sol. Mas precisamos dela para explicar<br />

os movimentos das estrelas ao redor do centro da galáxia.<br />

Será que em escala galáctica opera um tipo diferente de física<br />

gravitacional? Provavelmente não. É mais provável que a matéria escura<br />

consista em matéria cuja natureza ainda temos de adivinhar, algo que se<br />

amontoa mais difusamente que a matéria comum. Caso contrário,<br />

descobriríamos que uma em cada seis porções de matéria escura tem um<br />

naco de matéria comum agarrado a ela. Até onde podemos afirmar, não é<br />

assim que as coisas são.<br />

Correndo o risco de provocar depressão, os astrofísicos às vezes<br />

argumentam que toda a matéria que viemos a conhecer e amar no universo<br />

– a matéria de estrelas, planetas e vida – são meras boias flutuando num<br />

vasto oceano cósmico de algo que parece nada.<br />

Mas e se essa conclusão estiver totalmente errada? Quando nada mais<br />

parece funcionar, alguns cientistas vão questionar, compreensivelmente e<br />

com toda a razão, as leis fundamentais da física que sustentam as<br />

pressuposições feitas por outros que procuram compreender o universo.<br />

Durante o início da década de 1980, o físico israelense Mordehai<br />

Milgrom do Weizmann Institute of Science em Rehovot, Israel, sugeriu uma<br />

mudança nas leis de gravidade de Newton, uma teoria agora conhecida<br />

como MOND (dinâmica newtoniana modificada). Ao aceitar o fato de que a<br />

dinâmica newtoniana padrão opera com sucesso em escalas de tamanho<br />

menores que as galáxias, Milgrom sugeriu que Newton precisava de uma<br />

ajuda para descrever os efeitos da gravidade em distâncias do tamanho de<br />

galáxias e aglomerados de galáxias, dentro dos quais as estrelas individuais e<br />

os aglomerados de estrelas se acham tão separados que exercem<br />

relativamente pouca força gravitacional entre si. Milgrom acrescentou um<br />

termo extra à equação de Newton, especificamente talhado para ganhar vida

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