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nesse método. Primeiro, os planetas próximos a suas estrelas levam muito<br />

menos tempo para orbitá-las do que os planetas distantes de suas estrelas.<br />

Como têm períodos limitados de tempo para observar o universo, é natural<br />

que os astrofísicos vão descobrir planetas que se movem, por exemplo, em<br />

períodos de seis meses, com muito mais rapidez do que conseguem detectar<br />

planetas que levam doze anos para cada órbita. Em ambos os casos, os<br />

astrofísicos devem esperar ao menos duas órbitas para se assegurarem de que<br />

detectaram um padrão repetível das mudanças nas velocidades da estrela.<br />

Encontrar planetas com períodos orbitais comparáveis aos doze anos de<br />

Júpiter poderia consumir, portanto, grande parte da carreira profissional de<br />

um indivíduo.<br />

Segundo, um planeta exercerá mais força gravitacional sobre sua estrela<br />

hospedeira quando perto, e não quando longe. Essas forças maiores fazem a<br />

estrela dançar mais rapidamente, produzindo efeitos Doppler maiores em<br />

seus espectros. Como podemos detectar os efeitos Doppler maiores com mais<br />

facilidade do que os menores, os planetas mais próximos atraem mais<br />

atenção, e o fazem com mais rapidez, do que os planetas mais distantes. Em<br />

todas as distâncias, entretanto, um planeta extrassolar deve ter uma massa<br />

aproximadamente comparável à de Júpiter (318 vezes a da Terra) para ser<br />

detectado pelo método do efeito Doppler. Os planetas com massa<br />

significativamente menor fazem suas estrelas dançarem com uma<br />

velocidade que se eleva acima do limiar de detectabilidade pela tecnologia<br />

atual.<br />

Em retrospectiva, portanto, não deveria ter causado surpresa a notícia de<br />

que os primeiros planetas extrassolares a serem descobertos têm todos massas<br />

comparáveis à de Júpiter, e todos orbitam perto de suas estrelas. A surpresa<br />

estava na constatação de quão perto esses planetas poderiam estar – tão perto<br />

que não levam vários meses ou anos para completar cada órbita, como fazem<br />

os planetas do Sol, mas apenas alguns dias. Os astrofísicos descobriram então<br />

mais de uma dúzia de planetas que completam cada órbita em menos de<br />

uma semana, com o recorde atribuído a um planeta que percorre<br />

impetuosamente cada órbita em pouco mais de dois dias e meio. Esse planeta<br />

orbita a uma distância média de sua estrela equivalente a apenas 3,7% da<br />

distância Terra-Sol. Em outras palavras, esse planeta gigante possui mais de<br />

600 vezes a massa da Terra a uma distância de sua estrela menor que um<br />

décimo da distância de Mercúrio.<br />

Mercúrio consiste em rocha e metal, cozidos a temperaturas de muitas<br />

centenas de graus no lado que esteja de frente para o Sol. Em contraste,<br />

Júpiter e os outros planetas gigantes do Sol (Saturno, Urano e Netuno) são<br />

enormes bolas de gás rodeando núcleos sólidos que incluem apenas uma<br />

pequena porcentagem da massa de cada planeta. Todas as teorias de<br />

formação de planetas indicam que um planeta com uma massa comparável à<br />

de Júpiter não pode ser sólido, como Mercúrio, Vênus e a Terra, porque a<br />

nuvem primordial que formou os planetas continha muito pouco material<br />

que pudesse solidificar para criar um planeta com mais de umas doze vezes a

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