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ocorrido com muito mais frequência que as colisões atuais com objetos de<br />
dezesseis quilômetros de extensão. Nosso presente conhecimento de<br />
astronomia, biologia, química e geologia aponta para uma Terra primitiva<br />
prestes a produzir vida, e para um ambiente cósmico prestes a eliminá-la. E<br />
onde quer que uma estrela e seus planetas recentemente se formaram, um<br />
intenso bombardeamento de destroços deixados pelo processo de formação<br />
pode estar eliminando, mesmo agora, todas as formas de vida nesses<br />
planetas.<br />
Há mais de 4 bilhões de anos, a maioria dos destroços da formação do<br />
sistema solar colidiu com um planeta ou passou a se mover em órbitas nas<br />
quais as colisões não podiam ocorrer. Como resultado, nossa vizinhança<br />
cósmica mudou gradativamente, passando de uma região de contínuo<br />
bombardeamento para a calma global que desfrutamos hoje em dia,<br />
interrompida apenas em intervalos de vários milhões de anos por algumas<br />
colisões com objetos suficientemente grandes para ameaçar a vida sobre a<br />
Terra. Você pode comparar a ameaça dos impactos, a antiga ameaça e a que<br />
ainda está em andamento, sempre que olhar para a Lua cheia. As gigantescas<br />
planícies de lava que criam a face do “homem na Lua” são o resultado de<br />
tremendos impactos ocorridos há uns 4 bilhões de anos, quando terminou a<br />
era de bombardeamento, ao passo que a cratera chamada Tycho, com uma<br />
extensão de 88 quilômetros, surgiu de um impacto menor, mas ainda<br />
altamente significativo, que ocorreu pouco depois que os dinossauros<br />
desapareceram da Terra.<br />
Não sabemos se a vida já existia há 4 bilhões de anos, tendo sobrevivido à<br />
tempestade primitiva dos impactos, ou se a vida surgiu sobre a Terra apenas<br />
depois que a relativa tranquilidade teve início. Essas duas alternativas<br />
incluem a possibilidade de que os novos objetos tenham semeado a vida em<br />
nosso planeta, durante a era do bombardeamento ou logo depois. Se a vida<br />
começou e morreu repetidas vezes enquanto o caos se precipitava dos céus,<br />
os processos pelos quais a vida se originava parecem robustos, de modo que<br />
podemos razoavelmente esperar que tenham ocorrido várias vezes em outros<br />
mundos semelhantes ao nosso. Por outro lado, se a vida surgiu sobre a Terra<br />
apenas uma vez, como vida desenvolvida na Terra ou como resultado de<br />
semeadura cósmica, sua origem talvez tenha ocorrido por sorte em nosso<br />
planeta.<br />
Em qualquer um dos casos, a pergunta crucial de como a vida realmente<br />
começou sobre a Terra, apenas uma vez ou repetidas vezes, não tem boa<br />
resposta, embora a especulação sobre o assunto tenha adquirido uma longa e<br />
intrigante história. Grandes recompensas aguardam aqueles que<br />
conseguirem resolver esse mistério. Da costela de Adão ao monstro do Dr.<br />
Frankenstein, os humanos têm respondido à pergunta invocando um elã vital<br />
misterioso que de algum outro modo impregna a matéria inanimada de vida.<br />
Os cientistas procuram sondar a questão mais profundamente, com<br />
experimentos e exames laboratoriais do registro fóssil que tentam estabelecer<br />
a altura da barreira entre a matéria inanimada e animada, e descobrir como