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óleo sobre uma lagoa com 1,61 quilômetro de largura que tornam a mistura<br />

de água e óleo um pouquinho menos densa que a média. Por menores que<br />

fossem essas anisotropias, elas bastavam para dar partida ao processo.<br />

No mapa WMAP da radiação cósmica de fundo, as maiores manchas<br />

quentes nos dizem onde a gravidade superaria as tendências dissipativas do<br />

universo em expansão e reuniria bastante matéria para manufaturar<br />

superaglomerados. Essas regiões hoje cresceram até conter cerca de 1.000<br />

galáxias, cada uma com 100 bilhões de estrelas. Se acrescentamos a matéria<br />

escura nesse superaglomerado, sua massa total atinge o equivalente a 10 16<br />

sóis. Inversamente, as maiores manchas frias, sem vantagem contra o<br />

universo em expansão, evoluíram até tornar-se quase desprovidas de<br />

estruturas massivas. Os astrofísicos chamam essas regiões de “vazios”, um<br />

termo que adquire significado por estar rodeado por algo que não é um vazio.<br />

Assim, as lâminas e filamentos gigantes das galáxias que podemos traçar no<br />

céu não só formam aglomerados nas suas intersecções, mas também traçam<br />

muros e outras formas geométricas que dão forma às regiões vazias do<br />

cosmos.<br />

Claro, as próprias galáxias não apareceram sem mais nem menos,<br />

plenamente formadas, a partir de concentrações de matéria um pouquinho<br />

mais densas que a média. Desde 380.000 anos depois do big bang até cerca<br />

de 200 milhões de anos mais tarde, a matéria continuou a se reunir, mas<br />

nada brilhava no universo, cujas primeiras estrelas ainda estavam para<br />

nascer. Durante essa era cósmica escura, o universo continha apenas o que<br />

tinha produzido durante seus primeiros poucos minutos – hidrogênio e hélio,<br />

com vestígios de lítio. Sem elementos mais pesados que os citados – sem<br />

carbono, nitrogênio, oxigênio, sódio, cálcio ou elementos mais pesados – o<br />

cosmos não continha nenhum dos átomos ou moléculas agora comuns que<br />

podem absorver a luz, quando uma estrela começa a brilhar. Hoje, na<br />

presença desses átomos e moléculas, a luz de uma estrela recém-formada<br />

exercerá sobre eles uma pressão que afasta quantidades massivas de gás que<br />

do contrário cairiam dentro da estrela. Essa expulsão limita a massa máxima<br />

das estrelas recém-nascidas a menos de cem vezes a massa do Sol. Mas<br />

quando as primeiras estrelas se formaram, na ausência de átomos e<br />

moléculas que absorvessem a luz estelar, o gás cadente consistia quase<br />

inteiramente em hidrogênio e hélio, fornecendo apenas uma resistência<br />

simbólica à emissão das estrelas. Isso permitia que as estrelas se formassem<br />

com massas muito maiores, chegando a muitas centenas, talvez até alguns<br />

milhares, de vezes a massa do Sol.<br />

As estrelas de alta massa seguem sua vida na pista de alta velocidade, e as<br />

mais massivas têm a vida mais veloz de todas. Elas convertem sua matéria<br />

em energia em velocidades espantosas, enquanto manufaturam elementos<br />

pesados e experimentam mortes jovens explosivas. Suas expectativas de vida<br />

não chegam a mais de um milésimo da expectativa do Sol. Hoje não<br />

esperamos encontrar viva nenhuma das estrelas mais massivas daquela era,<br />

porque as estrelas primitivas se extinguiram há muito tempo, e atualmente,

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