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dezenas de milhões de anos, e muito possivelmente bem menos tempo que<br />

isso. Em comparação com a idade atual dos planetas, aproximadamente 4,55<br />

bilhões de anos, isso significa um nada, apenas 1% (ou menos) de todo o<br />

período da existência do sistema solar. O processo de acreção requer um<br />

período significativamente mais longo que algumas dezenas de milhões de<br />

anos para formar os planetesimais a partir da poeira; assim, a menos que os<br />

astrofísicos tenham deixado de ver algo importante ao tentar compreender<br />

como a poeira se acumula para construir grandes estruturas, precisamos de<br />

outro mecanismo para vencer as barreiras de tempo na formação dos<br />

planetesimais.<br />

Esse outro mecanismo talvez consista em vórtices gigantes que varrem as<br />

partículas de poeira aos trilhões, turbilhonando-os com celeridade para sua<br />

feliz aglomeração em objetos significativamente maiores. Como a nuvem em<br />

contração de gás e poeira que se tornou o Sol e seus planetas adquiriu<br />

aparentemente alguma rotação, ela logo mudou sua forma geral passando de<br />

esférica para laminada, deixando o Sol em formação como uma esfera<br />

contrativa relativamente densa no centro, circundado por um disco muito<br />

achatado de material em órbita ao redor daquela esfera. Até o presente, as<br />

órbitas dos planetas do Sol, que todas seguem a mesma direção e estão quase<br />

no mesmo plano, atestam uma distribuição discoidal da matéria que<br />

construiu os planetesimais e os planetas. Dentro desse disco em rotação, os<br />

astrofísicos imaginam a aparição de “instabilidades” ondulantes, alternando<br />

regiões de maior ou menor densidade. As partes mais densas dessas<br />

instabilidades coletam tanto o material gasoso como a poeira que flutua<br />

dentro do gás. No prazo de alguns mil anos, essas instabilidades se tornam<br />

vórtices rodopiantes que podem varrer grandes quantidades de poeira para<br />

volumes relativamente pequenos.<br />

Esse modelo do vórtice para a formação dos planetesimais é promissor,<br />

embora ainda não tenha conquistado o coração daqueles que procuram<br />

explicações para como o sistema solar produziu aquilo de que os jovens<br />

planetas precisam. Sob um exame detalhado, o modelo fornece melhores<br />

explicações para os núcleos de Júpiter e Saturno do que para os de Urano e<br />

Netuno. Como os astrônomos não têm como provar que realmente ocorreram<br />

as instabilidades necessárias para o funcionamento do modelo, devemos nos<br />

abster de julgar a questão. A existência de numerosos pequenos asteroides e<br />

cometas, que se parecem com planetesimais pelos tamanhos e composições,<br />

sustenta o conceito de que há bilhões de anos milhões de planetesimais<br />

construíram os planetas. Portanto, vamos considerar a formação de<br />

planetesimais como um fenômeno estabelecido, ainda que pouco<br />

compreendido, que de algum modo preenche uma lacuna em nosso<br />

conhecimento, deixando-nos prontos para admirar o que acontece quando<br />

os planetesimais colidem.<br />

Nesse roteiro, podemos facilmente imaginar que, depois de o gás e poeira ao<br />

redor do Sol ter formado alguns trilhões de planetesimais, essa armada de

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