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minúsculos da uniformidade total. Eles rastreiam localizações a partir das<br />

quais a CBR chega com um pouco mais, ou um pouco menos, de intensidade.<br />

Como observado anteriormente, as diferenças na intensidade marcam<br />

direções em que a matéria era um pouco mais quente e mais densa, ou um<br />

pouco mais fria e mais rarefeita, do que o valor médio de 380.000 anos<br />

depois do big bang. O satélite COBE percebeu primeiro essas diferenças; as<br />

observações de instrumentos sustentados em balões e feitas no polo Sul<br />

melhoraram nossas medições; e depois o satélite WMAP forneceu uma<br />

precisão ainda melhor ao fazer o levantamento de todo o céu, permitindo<br />

que os cosmólogos construíssem um mapa detalhado da intensidade da<br />

radiação cósmica de fundo, observada com uma resolução angular inédita<br />

de cerca de um grau.<br />

Os desvios minúsculos da uniformidade revelados por COBE e WMAP<br />

têm mais do que um interesse passageiro para os cosmólogos. Antes de tudo,<br />

eles mostram as sementes de estrutura no universo à época em que a<br />

radiação cósmica de fundo deixou de interagir com a matéria. As regiões<br />

reveladas como ligeiramente mais densas que a média naquela época tinham<br />

uma vantagem a seu favor para realizar mais contração, e ganharam a<br />

competição de adquirir o máximo de matéria pela gravidade. Assim o<br />

resultado primário do novo mapa da intensidade da CBR em diferentes<br />

direções é a verificação de teorias dos cosmólogos sobre como as imensas<br />

diferenças de densidade de lugar para lugar por todo o cosmos ora<br />

observadas devem sua existência a diferenças diminutas de densidade que<br />

existiam algumas centenas de milhares de anos depois do big bang.<br />

Mas os cosmólogos podem usar suas novas observações da radiação<br />

cósmica de fundo para discernir outro fato ainda mais básico sobre o cosmos.<br />

Os detalhes no mapa da intensidade da CBR de lugar para lugar revelam a<br />

própria curvatura do espaço. Esse resultado espantoso reside no fato de que a<br />

curvatura do espaço afeta o modo como a radiação viaja através dela. Se, por<br />

exemplo, o espaço tem uma curvatura positiva, então quando observamos a<br />

radiação cósmica de fundo, estamos quase na mesma situação de um<br />

observador no polo Norte que olha ao longo da superfície da Terra para<br />

estudar a radiação produzida perto do Equador. Como as linhas de longitude<br />

convergem para o polo, a fonte de radiação parece abranger um ângulo<br />

menor do que abrangeria se o espaço fosse plano.<br />

Para compreender como a curvatura do espaço afeta o tamanho angular<br />

de características na radiação cósmica de fundo, imagine a época em que a<br />

radiação finalmente parou de interagir com a matéria. Naquela época, os<br />

maiores desvios da uniformidade que poderiam ter existido no universo<br />

possuíam um tamanho que os cosmólogos conseguem calcular: a idade do<br />

universo àquela época, multiplicada pela velocidade da luz –<br />

aproximadamente 380.000 anos-luz de extensão. Isso representa a distância<br />

máxima em que as partículas poderiam ter afetado umas às outras para<br />

produzir quaisquer irregularidades. A maiores distâncias, a “notícia” de<br />

outras partículas ainda não teria chegado, assim elas não podem ser culpadas

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