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apidamente do que deveria. O que provocou essa expansão adicional? O<br />
único culpado que se encaixa nos fatos é a “energia escura” que está<br />
escondida no espaço vazio – a energia cuja existência corresponde a um valor<br />
não zero para a constante cosmológica. Medindo o quanto as supernovas<br />
distantes se mostraram mais fracas do que o esperado, as duas equipes de<br />
astrônomos mediram a forma e o destino do universo.<br />
Quando as duas equipes das supernovas chegaram a um consenso, o cosmos<br />
revelou-se plano. Para compreender, devemos enfrentar um pouco de<br />
dureza e resvalar no idioma grego. Um universo com uma constante<br />
cosmológica não zero requer um número adicional para descrever o cosmos.<br />
À constante de Hubble, que escrevemos como H 0 para denotar seu valor na<br />
época atual, e à densidade média da matéria, que determina sozinha a<br />
curvatura do espaço, se a constante cosmológica é zero, devemos agora<br />
acrescentar a densidade equivalente providenciada pela energia escura, que,<br />
pela fórmula de Einstein E = mc 2 , deve possuir o equivalente de massa (m)<br />
porque tem energia (E). Os cosmólogos expressam as densidades da matéria e<br />
a energia escura com os símbolos Ω M e Ω Λ , onde Ω (a letra maiúscula grega<br />
ômega) representa a razão entre a densidade cósmica e a densidade crítica.<br />
Ω M representa a razão entre a densidade média de toda a matéria no<br />
universo e a densidade crítica, enquanto Ω Λ representa a razão da<br />
densidade equivalente providenciada pela energia escura e a densidade<br />
crítica. Aqui Λ (a letra maiúscula grega lambda) representa a constante<br />
cosmológica. Num universo plano, que tem curvatura de espaço zero, a soma<br />
de Ω M e Ω Λ é sempre igual a 1, porque a densidade total (da matéria real<br />
mais a matéria equivalente providenciada pela energia escura) é exatamente<br />
igual à densidade crítica.<br />
As observações de supernovas distantes Tipo Ia medem a diferença entre<br />
Ω M e Ω Λ. A matéria tende a retardar a expansão do universo, pois a<br />
gravidade atrai tudo na direção de tudo o mais. Quanto maior a densidade<br />
da matéria, mais essa atração vai retardar as coisas. A energia escura,<br />
entretanto, faz algo diferente. Ao contrário de pedaços de matéria, cuja<br />
atração mútua desacelera a expansão cósmica, a energia escura tem uma<br />
estranha propriedade: ela tende a forçar o espaço a se expandir, e assim<br />
acelera a expansão. Quando o espaço se expande, mais energia escura é<br />
gerada, de modo que o universo em expansão representa o último almoço<br />
grátis. A nova energia escura tende a fazer o cosmos se expandir ainda mais<br />
rápido, de modo que o almoço grátis se torna cada vez maior com o passar do<br />
tempo. O valor de Ω Λ é a medida do tamanho da constante cosmológica e<br />
nos dá a magnitude dos modos expansionistas da energia escura. Quando<br />
mediram a relação entre as distâncias das galáxias e suas velocidades de<br />
recessão, os astrônomos encontraram o resultado da competição entre a<br />
gravidade atraindo as coisas para uni-las e a energia escura empurrando-as