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quantidades extraordinárias de ondas de rádio. Uma primeira descrição para<br />

esses objetos foi “quasistellar radio source” (“fonte de rádio quase estelar”) –<br />

um termo logo abreviado para quasar. Ainda mais extraordinárias que a<br />

emissão de rádio desses objetos eram suas distâncias: agrupados numa classe,<br />

eles se revelaram os objetos mais distantes conhecidos no universo. Para que<br />

fossem tão pequenos e ainda visíveis a imensas distâncias, os quasares tinham<br />

de ser uma espécie inteiramente nova de objeto. Quão pequeno? Não maior<br />

que um sistema solar. Quão luminoso? Até os mais indistintos superam o<br />

brilho da galáxia média no universo.<br />

No início da década de 1970, os astrofísicos tinham convergido para a<br />

tendência de considerar que os buracos negros supermassivos são o motor do<br />

quasar, devorando gravitacionalmente tudo ao seu alcance. O modelo<br />

buraco negro pode explicar o fato de os quasares serem tão pequenos e<br />

brilhantes, mas nada diz da fonte de abastecimento do buraco negro. Só na<br />

década de 1980 é que os astrofísicos começariam a compreender o ambiente<br />

do quasar, porque a tremenda luminosidade das regiões centrais de um<br />

quasar impede qualquer visão de seus arredores menos luminosos. Por fim,<br />

entretanto, com novas técnicas para mascarar a luz do centro, os astrofísicos<br />

conseguiram detectar uma névoa circundando alguns dos quasares mais<br />

indistintos. Quando as táticas e tecnologias de detecção melhoraram ainda<br />

mais, todo quasar mostrou ter névoa; alguns até exibiram uma estrutura<br />

espiral. Os quasares, revelou-se, não são uma nova espécie de objeto, mas sim<br />

uma nova espécie de núcleo galáctico.<br />

Em abril de 1990, a Administração Nacional da Aeronáutica e do Espaço<br />

(NASA) lançou um dos instrumentos astronômicos mais caros já construídos:<br />

o Telescópio Espacial Hubble. Do tamanho de um ônibus interestadual,<br />

pilotado por comandos enviados da Terra, o Telescópio Hubble soube tirar<br />

proveito de orbitar fora de nossa atmosfera borradora de imagens. Assim que<br />

os astronautas instalaram lentes para corrigir erros na maneira como seu<br />

espelho primário fora feito, o telescópio conseguiu espiar regiões de galáxias<br />

comuns antes inexploradas, inclusive seus centros. Depois de contemplar<br />

esses centros, o telescópio descobriu estrelas movendo-se<br />

indesculpavelmente rápido, dada a gravidade inferida a partir da luz visível<br />

de outras estrelas nos arredores. Humm, gravidade forte, área pequena…<br />

deve ser um buraco negro. Galáxia após galáxia – dúzias delas – tinham<br />

estrelas suspeitosamente velozes em seus centros. Na verdade, sempre que o<br />

Telescópio Espacial Hubble tinha uma visão clara do centro de uma galáxia,<br />

lá estavam elas.<br />

Agora parece provável que toda galáxia gigante abriga um buraco negro<br />

supermassivo, que poderia ter servido como uma semente gravitacional ao<br />

redor da qual a outra matéria se amontoou ou talvez tenha sido<br />

manufaturado mais tarde por matéria caindo em torrentes das regiões<br />

externas da galáxia. Mas nem todas as galáxias foram quasares na sua<br />

juventude.

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