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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

Havia transcorrido mais de um século desde que Bera e Birsa ordenaram aos Golen executar duas<br />

missões: cumprir a sentença de extermínio que pesava sobre os Cátaros e edificar um Castelo Templário<br />

em Aracena. A primeira “missão”, como se viu, foi levada a cabo com esmero pelos Golen Cistercienses;<br />

sobre a segunda, em troca, ainda que não se houvesse avançado nada. Enquanto Fernando III, o Santo<br />

reconquista Sevilha em 1248, e seu filho Alfonso X, o Sábio se apodera em 1258 de Algarves e<br />

Huelva, o Rei Sancho II de Portugal, pouco antes de morrer em 1248, conquista Aracena, praça que<br />

passa a integrar a Coroa de Castela em 1252. É de supor, então, o primor com que atuam os<br />

templários desde o momento em que se reconquistou a praça de Huelva. Já em 1259 haviam obtido uma<br />

cédula de Alfonso X que os autorizava “a ocupar um prédio na serra de Aracena e fortificá-lo<br />

convenientemente, para efeitos de abrigar e defender uma guarnição de 200 Cavaleiros”. Porém, anos<br />

antes que tal cédula fosse emitida, os Templários haviam localizado a Cova de Odiel, traçando os planos<br />

e escavando os cimentos do Castelo. Toda a Cadeia de Aracena ficou por vários anos sob o controle<br />

Templário, incluindo o povo de Aracena e várias aldeias menores. Mas os membros do Povo Eleito que<br />

acompanhavam aos Templários nessa empreitada, não vinham a um lugar desconhecido: o nome de<br />

Aracena, em efeito, procede da raiz hebraica Arai que significa montanhas, sendo Arunda, a<br />

montanhosa, sinônimo de Aracena. Esta curiosa etimologia não tem nada de misteriosa se pensar que a<br />

aldeia foi fundada pelos comerciantes judeus que viajavam com os fenícios durante a ocupação de<br />

Tarshish, 1000 anos antes da Era atual. Logo foi chamada de Arcilasis por Ptolomeu, Arcena pelos<br />

gregos e Vriato, que resistiu nela as legiões romanas, a denominava Erisana. Para os árabes foi Dar<br />

Hazen e, por causa da horrível comida que os sarracenos fizeram quando os cristãos tomaram por<br />

assalto a vila, a Caracena moura.<br />

A partir de 1259, se despacharam tropas até Aracena desde muitos lugares da Espanha e da<br />

França, de sorte que durante a construção do Castelo permaneceram acampados 2000 Cavaleiros<br />

assistidos por três mil irmãos serventes. Aquelas forças se distribuíram ao redor das Colinas e exerciam<br />

uma rigorosa vigilância para impedir que os povoados circunvizinhos, de Cortegna, Almonaster a Real,<br />

Zalamea a Real, ou outras cidades, pudessem aproximar-se e observar as obras. Os Companheiros de<br />

Salomão, o grêmio maçom controlado pelo Cister, socorreu o pedido do Grão Mestre, pois, ainda que a<br />

Ordem do templo contasse com sua própria divisão especializada em construções militares, “esta”<br />

fortaleza teria algo diferente. Em primeiro lugar, devia possuir uma grande igreja; em segundo, essa<br />

igreja teria que ter uma entrada secreta que comunicasse suas naves com a Cova subterrânea: era<br />

imprescindível assim o concurso do Colégio de Construtores de templos.<br />

O Colégio encomendou a edificação da igreja ao Mestre Pedro Millian. Este foi autorizado pelo feroz<br />

Papa Golen Alexandre IV, o mesmo que nesses momentos excomungava a Manfredo de Suábia e<br />

procurava o extermínio dos Hohenstaufen e a ruína do partido gibelino, a consagrar a igreja ao culto da<br />

Virgem Dolorosa. Tal atitude, claro, não era casual senão que obedecia ao plano Golen de substituir a<br />

Virgem de Agartha, a Divina Mãe Atlante de Navutan, por uma Virgem Maria Judia, que chorava,<br />

estremecido seu Coração de Fogo pela dor da crucifixão de seu filho Jesus: a Virgem de Agartha,<br />

pelo contrário, não chorou nem experimentou dor alguma em seu Coração de<br />

gelo quando seu Filho de Pedra se autocrucificou na Árvore do Terror e expirou,<br />

mas se alegrou e derramou Sua Graça sobre os Espíritos aprisionados, porque<br />

seu filho havia morrido como o mais valente Guerreiro Branco que se enfrentara<br />

a Ilusão das Potências da Matéria. A celebração do Culto da Virgem da Dor foi instituída,<br />

como não poderia deixar de ser, pelo inefável Papa Golen Inocêncio III ao introduzir a seqüência<br />

Stabat Mater na Missa das Dores, da sexta-feira da Paixão de Cristo. O Mestre Pedro Millan<br />

levantou, pois, para os Templários, a igreja de Nossa Senhora das Dores, patrona desde então de<br />

Aracena, vocação que contrastava abertamente com a Virgem da graça e da Alegria, Nossa Senhora da<br />

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