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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

Inocêncio III e os Papas seguintes, decidem despojar os Hohenstaufen de todos os seus direitos sobre a<br />

Itália, ou seja, Roma, Nápoles e Sicília, e impedir que algum membro dessa Casa subisse ao trono<br />

imperial. A Frederico II sucede seu filho Conrado IV, rapidamente excomungado por Inocêncio IV:<br />

morre em 1253 deixando como herdeiro seu único filho, o pequeno Conradino, nascido em 1252. Como<br />

regente do menino governa a Sicília Manfredo, filho natural de Frederico II. Excelente general, este Rei<br />

continua a guerra empreendida por seu pai contra o papado Golen: recebe três excomunhões de Urbano<br />

IV, arma terrível da época mas que não surte efeito no exército sarraceno que formou. Manfredo vence<br />

em todas as partes e ameaça concluir a obra purificadora de Frederico II; e para a desventura de Urbano<br />

IV, casa sua filha Constança com o infante Pedro de Aragão, ou seja, o futuro Pedro III. É então<br />

quando os Golen decidem realizar uma manobra ambiciosa, que seria inicialmente vitoriosa mas que<br />

finalmente causaria a ruína de seus planos: tentam substituir a Casa da Suábia da Alemanha pela<br />

Casa dos Capetos da França no papel de executora dos planos da Hierarquia Branca.<br />

Apesar do que se diga, o plano não era absurdo pois, particularmente fortes, mas divididos pelo<br />

caráter feudal de seus Estados, os Senhores Territoriais alemães podiam ser facilmente debilitados em<br />

suas aspirações imperiais; de fato o Interreino, o período de tempo no qual não existia acordo para eleger<br />

um Rei da Alemanha, podia se estender indefinidamente. Seria essa então a ocasião de apoiar o Rei da<br />

França e lhe dar o papel que antes se confiou a Frederico II. Mas os Golen não pensavam no atual Rei<br />

Luís IX, personalidade forte e difícil de manejar, mas em Felipe III, seu sucessor, mais fraco e<br />

influenciável pelos clérigos da corte. Urbano IV oferece o trono da Sicília a Luís IX mas o Rei da<br />

França não aceita pois considera legítimos os direitos da Casa da Suábia: quem sim aceita é seu irmão<br />

Carlos de Anjou, Conde da Provença. Esse Cavaleiro, herói das Cruzadas, quer ser Rei como seus<br />

irmãos e aceita converter-se em verdugo da Casa da Suábia. Com sua intervenção nos assuntos italianos,<br />

os Golen conseguem comprometer a França com sua política teocrática e se preparam para restaurar o<br />

Poder do papado segundo a concepção de Gregório VII e Inocêncio III: depois virá, supunham, o<br />

Governo Mundial e a Sinarquia do Povo Eleito.<br />

De acordo com a organização feudal dos provençais, os Senhores somente cediam tropas por quarenta<br />

dias e na condição de não transportá-las muito longe. Não podendo fazer nada por esse lado, a Ordem<br />

Cisterciense financia para Carlos de Anjou um exército mercenário de trinta mil homens. Aquela tropa<br />

de aventureiros sem lei penetra na Itália em 1264 e derrota completamente Manfredo na batalha de<br />

Benevento: logo se entregam a matanças e saques sem par, só comparáveis a invasões bárbaras. Na<br />

mencionada batalha, além de Manfredo, perderam a vida muitos Cavaleiros do bando gibelino, entre eles<br />

o pai de Roger de Lauría, criança que se criara na câmara do Rei de Aragão Pedro III, pois sua mãe<br />

era Dama de Companhia da Rainha Constança; Roger de Lauría foi o genial almirante da armada<br />

catalã, a mais poderosa de seu tempo, com a qual Pedro III conquista o Reino da Sicília anos mais<br />

tarde.<br />

Morto Manfredo e desbaratado o partido gibelino, só resta o menino Conradino na Suábia como<br />

último bastião viril dos rebeldes Hohenstaufen. Carlos de Anjou acerta com Urbano IV a usurpação de<br />

seus direitos: se faz proclamar Rei de Nápoles e se apodera da Sicília. Imediatamente estabelece um<br />

regime de terror, orientado principalmente contra o bando gibelino; as expropriações de bens e títulos,<br />

execuções e deportações, acontecem sem parar; em pouco tempo os franceses são tão odiados quanto os<br />

sarracenos da Terra Santa. Uma das vítimas mais ilustres é João de Prócida, o Sábio das Cortes de<br />

Frederico II e Manfredo: membro de uma nobre família gibelina, Senhor de Salerno, da ilha de Prócida<br />

e vários Condados, não só seria despojado de seus títulos e bens, mas Carlos de Anjou violaria<br />

covardemente sua esposa e filha; só lhe salvaria a vida a admirável prudência com a qual soube tratar o<br />

Papa Golen Urbano IV.<br />

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