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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

menino à Sicília por um dos cavaleiros aragoneses que serviam na corte de Frederico II, foi pajem no<br />

palácio de Palermo e logo escudeiro de um Cavaleiro teutônico na Terra Santa. Nomeado por sua vez<br />

Cavaleiro, aos vinte anos, ingressou na Ordem dos Cavaleiros Teutônicos e lutou cinco anos na<br />

conquista da Prússia. Havia sete anos que permanecia na Guarda na Caverna Secreta, ainda se<br />

passava esta combatendo no Norte da Alemanha. Tratava-se, pois, de um guerreiro experiente, que<br />

sabia mover-se com precisão no campo de batalha. Suas incursões à Capela eram cuidadosas e estudadas,<br />

procurando evitar a possibilidade de ser surpreendido pelo inimigo. Isto o esclareço para destacar o caso<br />

de que um descuido fosse o responsável do que logo aconteceu.<br />

O certo é que o Inimigo conhecia aquele lugar e isto não o imaginavam os membros da casa de<br />

Tharsis: segundo a saga familiar, em efeito, no lugar onde se levantava a Capela do Cerro Candelária,<br />

os Imortais Bera e Birsa haviam assassinado as Vrayas mil e setecentos anos antes. Daí que os<br />

Senhores de Tharsis pensassem em mudar o ponto de provisões, mas a intensa vigilância que mantinham<br />

sobre Aracena não revelava movimento algum em direção à Capela, e as coisas seguiram assim durante<br />

os quatro anos seguintes. Cada três ou quatro meses o Noyo Godo descia a serra de forma imprevisível e<br />

transportava as provisões até a Caverna Secreta. E somente uma vez ao ano estabelecia contato com<br />

alguns Senhores de Tharsis. Mas as notícias eram invariavelmente as mesmas: os Templários não<br />

efetuavam nenhum movimento naquela direção. Mas ainda que não atuassem, agora estavam ali,<br />

demasiado perto, e sua presença constituía uma ameaça que se percebia no ambiente.<br />

Naturalmente, os Templários não agiam porque estavam esperando os Imortais. E aqueles<br />

finalmente chegaram, cento e quarenta anos depois do assassinato de Lupo de Tharsis na Fortaleza de<br />

Monzon. Um barco da armada templária, proveniente da Normandia, os desembarcou em Lisboa em<br />

1268 junto ao Abade de Claraval, o Grão Mestre do templo, e uma tropa de quinze cavaleiros. O<br />

Grão Mestre explicou á Rainha Beatriz que a expedição teria por destino o Castelo de Aracena, onde<br />

se iria nomear um Provençal, obtendo todo seu apoio e a conseqüente autorização do rei Alfonso III. A<br />

presença de Bera e Birsa não foi notada ali porque simulavam ser irmãos serventes e vestiam como tais.<br />

Dias depois, os viajantes tomavam a antiga carreta romana que ia de Olisipo (Lisboa) a Hispalis<br />

(Sevilha) e passava por Corticata (Cortegana), a poucos quilômetros de Aracena.<br />

Já em Aracena, os Imortais aprovaram o trabalho feito pelos Templários quanto à edificação do<br />

Castelo. No interior da igreja, no piso da abside, estava a entrada do alçapão que comunicava com a<br />

Cova de Odiel. Na verdade, a Cova não se achava exatamente abaixo da igreja, mas que havia de<br />

chegar a ela por um túnel, ao que se subia por uma escadaria de madeira desde o abside. Mas Bera e<br />

Birsa passaram por alto os detalhes da construção, pois seu interesse maior radicava na Cova. A<br />

exploraram palmo a palmo, durante horas, falando entre eles em uma linguagem estranha que seus<br />

quatro companheiros não se atreviam a interromper. Esses eram: o Abade de Claraval, o Grão Mestre<br />

do Templo, ambos Golen, e dois Preceptores templários “experientes na língua hebraica”, ou seja, dois<br />

Rabinos, representantes do Povo Eleito. Ao parecer, a inspeção havia dado resultados positivos; isso<br />

adivinhavam pelas expressões dos Imortais, pois estes eram sumamente parcos em tudo que se referia à<br />

Cova e a sua presença ali. Em todo caso, somente fizeram um pedido: que se adaptasse a certa forma<br />

simbólica, que descreveram com precisão, o espelho de um pequeno lago subterrâneo, o qual estava<br />

nutrido por um fio de água de ínfimo caudal. Também se devia interromper momentaneamente aquele<br />

afluente, desviando o canal feito pela erosão que o alimentava. E havia que distribuir em determinados<br />

lugares, em torno do lago, sete candelabros Menorah.<br />

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