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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

Não aparecendo mais guardas pelas portas, Von Grossen deu uma ordem aos<br />

kâulikas que entraram nas ruínas e se dedicaram a arrematar feridos e sobreviventes com<br />

certeiras punhaladas. O Standartenführer consultou seu relógio de agulhas<br />

fosforescentes: uma e oito. Em somente oito minutos, e sem dar-lhes tempo de disparar<br />

um tiro, os três oficiais exterminaram a guarnição duskha!<br />

Desde a entrada principal, e ata a ampla praça onde se erigia o Monastério, corria<br />

uma ampla avenida de 300 metros de largura pela qual Von Grossen havia planejado o<br />

seguinte avanço. Salvo os dois lopas que ficaram fora, e cuja missão consistia em subir as<br />

torres, aos kâulikas se lhes encomendou “limpar” o caminho dos alemães. Com esse<br />

propósito, apenas no portão, três deles se dirigiram diretamente até ali brandindo suas<br />

cimitarras e, com notável maestria, degolaram a todos os duskhas que cruzaram seu<br />

caminho. Haviam se separado em trajeto e cada um ia e vinha cem metros prodigando<br />

manobras a torto e à direita. Os primeiros a morrer foram, claro, os habitantes das casas<br />

com frente para a avenida, e que cometeram o irreparável erro de sair às ruas ao ouvir as<br />

explosões: anciãos, homens, mulheres, crianças, a ninguém perdoava a cimitarra kâulika.<br />

Depois da uma e dez, ao somarem-se os dois lopas que voltavam de arrematar os feridos<br />

da guarnição, os corpos de dezenas de famílias completas jaziam sem vida na entrada de<br />

suas moradas.<br />

Mas a essa altura dos acontecimentos, atrás da explosão das bombas, das granadas<br />

e das metralhadas, o caos era senhor da aldeia duskha. Em meio de uma infernal gritaria<br />

de pessoas desconcertadas convergia sobre esta calçada, alguns com a finalidade de<br />

chegar até as muralhas, e outros para encaminhar-se até o Monastério. E ainda que<br />

muitos viessem armados com punhais e sabres, e oferecessem fugaz resistência aos<br />

monges kâulikas, estes tiravam inexoravelmente suas miseráveis vidas.<br />

Quando os quatro oficiais marcharam em carreira rumo ao Monastério, a<br />

avenida se achava convertida num rio de sangue. Mas o caminho estava eficazmente<br />

“limpo”. Somente dispararam algumas rajadas ao passar, sobre as poucas pessoas que<br />

afluíam pelas ruelas laterais. Atrás deles avançaram também os kâulikas, cumprindo<br />

admiravelmente sua função de assegurar a mobilidade dos alemães.<br />

A uma e dez, entretanto, os alemães marchavam pela avenida e dois arqueiros<br />

regressavam do exterior e subiram por uma escadaria de pedra até as torres que<br />

guardavam o destruído portão de entrada. Ali se separaram: um tomaria pelo corredor da<br />

esquerda e o outro pelo da direita, corredores que conectavam todas as torres entre si e<br />

que consistiam em estreitas plataformas levadiças, distribuídas perifericamente pelo lado<br />

interior do muro. Em cada torre existia um primitivo fogão, que agora era inútil aquecer<br />

os definitivamente gelados corpos dos guardas. Os kâulikas, das primeiras torres,<br />

observavam o aglomerado de casas que se estendia compacto numa franja de trezentos<br />

metros de largura, paralela à muralha. Utilizando as distintas torres era possível dominar<br />

cada detalhe, viela, rua, casa ou Templo da aldeia duskha.<br />

O dia anterior haviam passado fabricando flechas incendiárias. Não foi difícil:<br />

bastou enrolar nas pontas comuns um fio de lã impregnada numa mescla de azeite<br />

combustível e açúcar. Tinham cem flechas daquelas pois, segundo Von Grossen, não<br />

seriam necessárias mais que isso; o importante, explicou o Standartenführer, não era a<br />

quantidade de flechas, mas a qualidade dos alvos selecionados e o grau de precisão nos<br />

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