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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

Suas armas de fogo se reduziam a uma escassa centena de fuzis Martini-Henry do<br />

século XIX e seis pequenas peças de artilharia fixa, montadas nas torres da muralha.<br />

Careciam por completo de armas de punho. Em compensação as armas brancas eram<br />

abundantes e variadas e a manejavam com regular destreza.<br />

A estas deficiências de material, somava-se a escassa visão estratégica daqueles<br />

infelizes, que havia aquartelado a totalidade de sua guarnição, uns cem efetivos, em duas<br />

barracas situadas a ambos os lados do portão principal. Evidentemente, todo o peso de<br />

sua defesa se baseava mais em fatores psicológicos que reais, ou seja, que confiavam na<br />

dissuasão de suas muralhas, e o escasso armamento que havia atrás delas, para desalentar<br />

aos possíveis atacantes. As mesmas peças de artilharia representavam antes um objeto<br />

dissuasivo que um perigo real para os sitiadores, posto que dificilmente funcionariam e<br />

isso caso se dessem as condições ideais de que houvesse pólvora seca, munições e se<br />

colocassem esses elementos na forma correta.<br />

Em síntese, como a região estava tranqüila no momento, e não tinham motivos<br />

para suspeitar de nenhum ataque, a guarda estava reduzida a sua mínima expressão: um<br />

homem em cada torre, ou seja, seis vigias; dois na porta principal e um atrás de cada uma<br />

das outras quatro portas laterais, ou seja, seis guardas a mais; outros seis guardas no<br />

Templo da Ilha Branca , dois fora e quatro dentro e quarenta efetivos dormindo em cada<br />

uma das barracas, mas prontos a sair ante o mínimo alarme.<br />

Essa noite Kaly faria realidade as orações do gurka. Não seriam os golpes do<br />

Tridente de Shiva, nem o Fogo do Raio de Indra, nem a certeza das flechas de Arjuna,<br />

mas a vingança de Bangi se instrumentaria por meio de outros poderes semelhantes: os<br />

golpes das balas de nossos fuzis, o fogo das granadas, e a certeza das flechas dos lopas.<br />

Pelo número de efetivos que contava, a formação que comandava Von Grossen<br />

era apenas uma esquadra; mas, pela moral combativa e a consciência da própria força,<br />

devia se qualificada de falange ou legião. Uma legião, dir-se-ia, por sua grande<br />

mobilidade para o blitzkrieg. De entrada, atacaríamos divididos: Von Grossen conduziria<br />

o grosso da esquadra, enquanto que uma quadrilha dirigida por mim operaria no<br />

Templo. Numa segunda fase do plano, a esquadra se bifurcaria em dois pelotões, para<br />

depois nos reunirmos num ponto pré-estabelecido e executar a retirada.<br />

Somente nós alemães iríamos ao assalto munidos de armas de fogo: uma pistola<br />

Luger e uma metralhadora Schmeisser por cabeça, além de dois dos obsoletos fuzis<br />

Mauser 1914, que já se verá para que iam servir. Nesses dias, as Schmeisser de 9 mm<br />

eram armas secretas, e somente a um corpo de Elite como o nosso era permitido leva-las<br />

fora da Alemanha. Contávamos com cinqüenta carregadores com trinta balas cada um,<br />

mas eu somente levaria dois, ficando os restantes para meus Camaradas que eram o<br />

grupo de ataque. Naturalmente, todos portávamos a adaga de Cavaleiro , com a<br />

legenda “Blut und Ehre” lavrada na lâmina.<br />

Os guerreiros kâulikas, por sua parte, usavam três classes de armas: arco e flecha,<br />

cimitarra e punhal. Como disse antes, aqueles monges eram experts em artes marciais, e<br />

sua habilidade para a arqueria não tinha rivais no Tibet, onde ninguém duvidava em<br />

atribuir um poder mágico às suas flechas e se afirmava que, tanto podiam acertar o alvo<br />

de dia como de noite, com os olhos abertos ou vendados, etc. Todos carregavam<br />

cinqüenta flechas, nem mais nem menos, em um alforje que deixavam suspenso na<br />

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