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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

piedosamente aos Imortais, e que com toda probabilidade deveria partir em<br />

perseguição aos Demônios para manter desperto seu medo; e por isso quis se<br />

despedir antes de começarmos a Operação! E eu fui o imbecil quem seguiu até o<br />

final com o plano sem reparar em nada, subestimando a capacidade de tio Kurt. Agora<br />

me encontrava só, mais só do que esteve tio Kurt em seu exílio, ainda que ele afirmasse<br />

o contrário para consolar-me e dar-me coragem!<br />

Tais eram os pensamentos que ocupavam minha mente quando respondi ao índio<br />

da forma referida.<br />

Afortunadamente não estava de todo só: o índio repetiu, com cautela ainda maior:<br />

- Beraj e Birchaj?<br />

É possível que neste momento me dei conta de que o índio era real.<br />

- Beraj...? – repeti tratando de recordar onde havia escutado antes essa pronuncia.<br />

Então recordei da Carta de Belicena Villca e da história do Povo da Lua - Certo que<br />

você também os conhece! Esses Filhos da Puta exterminaram a sua família, igual que a<br />

Casa de Tharsis e a minha Estirpe! - exclamei com exagerada euforia.<br />

- E você, como o sabe? - interrogou o índio com assombro - Não é do Exército?<br />

- Hahaha! - ri com gana, ao descobrir a impressão que causava o uniforme de<br />

comando - Não homem, não. Não pertenço às Forças Armadas. Membro do Exército<br />

era Noyo Villca, como você bem sabe. Não se lembra de mim? Eu sou Arturo Siegnagel,<br />

o médico psiquiatra que atendia Belicena Villca no Hospital Psiquiátrico em Salta. Ela<br />

me contou tudo em uma extensa carta: por exemplo, sei que você descende do Povo da<br />

Lua que habitava a Ilha Koaty no Lago Titicaca, e que seus remotos antepassados<br />

residiam na Escandinávia, no País do Rei Kollman, da linhagem de Skiold.<br />

- Ah, o médico! Sim, recordo. Estava a par que Dona Belicena escrevia uma carta<br />

com dados sobre a Casa de Tharsis, mas ignorava quem seria seu destinatário. E disse<br />

você - agregou - que esses torturadores são os mesmos Beraj e Birchaj que guiaram há<br />

mais de seiscentos anos aos milhões de índios diaguitas-hebreus, ao mando do Cacique<br />

Cari, na invasão da Ilha do Sol?<br />

- Eram - corrigi - Em efeito eram os mesmos, ainda que talvez usassem outros<br />

corpos; isso não sei com exatidão. Mas o que é certo é que há três meses assassinaram<br />

Belicena Villca no Hospital, e a só quatro dias terminaram com toda a minha família; por<br />

estes malditos Demônios, só sobramos três sobreviventes de três Estirpes espirituais:<br />

Noyo Villca da Casa de Tharsis; Segundo, da Casa de Skiold; Arturo Siegnagel, da Casa<br />

Von Subermann. Belicena Villca me solicita em sua Carta que busque a Noyo Villca em<br />

Córdoba, e me assegura que você me ajudará. Além do mais, me recomenda ter muito<br />

cuidado com Bera e Birsa, que eram Demônios poderosos; mas veja: apesar dos golpes<br />

que nos deram, e graças a ajuda dos Deuses, pudemos acabar neste momento com Eles.<br />

Haverá outros Demônios que sem dúvida nos perseguirão, e mil perigos desconhecidos;<br />

mas é pouco provável que Bera e Birsa regressem ao Mundo do Sangue de Tharsis; em<br />

outros Mundos de Ilusão, entretanto, seguirão existindo; e ai daqueles homens<br />

espirituais que não encontrem rápido o Mundo da Casa de Tharsis. O que te<br />

parece, Segundo? Vai me ajudar?<br />

- Claro que sim! Entenda, Doutor. Siegnagel, que Ela era para os de nossa raça<br />

uma Rainha: seus desejos são ordens para mim. Ela me pediu que não fosse mais ao<br />

Hospital de Salta porque a vigiavam, e suspeitava que a fossem matar; e eu cumpri ao pé<br />

da letra suas ordens: não fui mais a Salta nem respondi as correspondências do Hospital,<br />

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