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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

Mas Alemanha era outra coisa.<br />

A terra de Siegfrid e do Führer, do Rio Rhin e de Lorelay, das Valquírias e dos<br />

Nibelungos. Era uma “Pátria do Espírito”, onde se nutria o mito, a lenda e a tradição de<br />

nossos ancestrais. .<br />

Uma pátria eterna e longínqua que logo se tornaria real por intermédio dessa<br />

viagem fabulosa. Havíamos sido educados em uma mística cuja fórmula era: “Sangue e<br />

Solo”, e agíamos de acordo.<br />

No final de Julho, em pleno verão europeu, chegamos a Veneza, ponto final de<br />

nossa viagem por mar, de onde tomaríamos um trem até Berlim. Estávamos prontos<br />

para descer do navio quando o Capitão nos anunciou que deveríamos passar pelos<br />

escritórios, que a companhia tem no porto, para retirar uma mensagem.<br />

Chegamos lá com o coração oprimido, pensando em más notícias do Egito, para<br />

encontrar em troca, uma carta com timbre oficial do Terceiro Reich. Nela, Rudolph<br />

Hess nos advertia que estaria ausente de Berlim até a segunda semana de Agosto mas<br />

que, se desejássemos visita-lo, poderíamos nos dirigir à Alta Baviera. A causa disto era<br />

que o Führer havia decidido descansar uns dias em sua propriedade “Haus<br />

Wachenfeld”, sobre o Obersalzberg, em Berchtesgaden e parte de seu gabinete o<br />

acompanhou, alojando-se em hotéis próximos. Rudolph Hess e sua esposa se<br />

encantariam em nos receber caso decidíssemos ir até lá 10[9] .<br />

Meu pai não podia disfarçar sua satisfação, pois esta situação era por demais<br />

benéfica para nossos planos. Por um lado nos poupava de viajarmos centenas de<br />

quilômetros, pois de Veneza a Berchtesgaden há somente 200 km., enquanto que para<br />

Berlim são mais de mil. Por outro lado, teríamos a possibilidade de entrevistar Rudolph<br />

fora de todo protocolo oficial, sem padecer da interferência de secretárias ou assistentes<br />

e dispondo de tempo para conversar e recordar as boas épocas.<br />

A vista da lendária Veneza, a passagem pela Áustria e a chegada aos Alpes<br />

Bávaros, foram o umbral do meu ingresso a um mundo novo e maravilhoso.<br />

Desde o momento em que pisei em solo Bávaro, notei que o ar estava como<br />

eletrizado, como se um oculto motor enviasse vibrações poderosas através do éter. Era<br />

algo tão evidente nesses dias – ou anos – que qualquer um que estivesse medianamente<br />

predisposto, poderia perceber.<br />

Essas vibrações. Que não se captavam com um órgão físico, levavam ao espírito<br />

receptor uma mensagem: Alemanha desperta! 11[10] . Mas esta tradução em duas palavras é<br />

grosseira; parece um chamado patriótico banal, não transmite cabalmente o que evoca<br />

em nosso Espírito essa força misteriosa. Explicarei: Alemanha desperta! Dizia e quem<br />

escutava não pensava na Alemanha geográfica, nem sequer no Terceiro Reich, mas que<br />

se sentia claramente em outro mundo, sem fronteiras, em uma Alemanha sem Tempo<br />

nem Espaço, cujos únicos limites eram justamente os fixados por esta mesma vibração.<br />

Alemanha se limitava somente onde já não se percebia a vibração unificadora,<br />

pois agora todos sabiam, Alemanha era também esse imanente som inaudível chamado<br />

volkschwingen 12[11] .<br />

10[9] Em Reichcoldsgrun, Baviera, estava a casa “alemã” da familia Hess, construida pelo pai de Rudolph. Porém as férias<br />

do Stellvertreter transcorriam habitualmente em Berchtesgaden, perto da residência do Führer.<br />

11[10] Deutschland erwacht.<br />

12[11] Volkschwingen: vibração do povo.<br />

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