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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

vontade guerreira: algo assim como o torpor que por momentos invade as sentinelas em jornadas muito<br />

longas de vigilância; essa fadiga, esse torpor, essa debilidade volitiva, os deixou inermes frente ao Inimigo.<br />

Por parte dos povos do pacto Cultural, uma diabólica Estratégia, elucubrada e executada pelos<br />

sacerdotes, baseada na exploração da Fadiga de Guerra mediante a tentação da ilusão: assim, os povos<br />

do Pacto de Sangue foram tentados com a ilusão da paz, a ilusão da trégua, com a ilusão do progresso<br />

cultural, com a ilusão da comodidade, do prazer, do luxo, do conforto, etc.; talvez a arma mais efetiva<br />

tenha sido a tentação do amor das belas sacerdotisas, especialmente treinadas para despertar as paixões<br />

adormecidas dos Reis Guerreiros.<br />

Com a tentação da ilusão, os Sacerdotes procuraram acertar alianças de sangue entre os povos<br />

combatentes, selar os “tratados de paz” com a consumação de bodas entre membros da nobreza reinante;<br />

naturalmente, como se tratava de casar os indivíduos da melhor linhagem, e da mesma raça, às vezes não<br />

ocorria a degradação do Sangue Puro. Que buscavam, então, os Sacerdotes, com tais uniões? Dominar<br />

culturalmente os povos do Pacto de Sangue. Eles tinham bem claro que o Sangue Puro, por si só, não<br />

bastava para manter a Sabedoria, se carece de vontade espiritual para ser livre na Origem, vontade que<br />

se ia debilitando por causa da Fadiga de Guerra. A Sabedoria faria ao Espírito livre na Origem, e<br />

mais poderoso que o Deus Criador; mas neste mundo, onde o Espírito está aprisionado ao animalhomem,<br />

o Culto ao Deus Criador acabaria dominando a Sabedoria, sepultando-a sob o manto do terror<br />

e do ódio. Uma vez submetidos culturalmente, já teriam tempo, os Sacerdotes, para cumprir com seu<br />

próprio Pacto e degradar o Sangue Puro do Pacto de Sangue, e destruir as obras dos Atlantes Brancos.<br />

No meu povo, doutor Siegnagel, as coisas ocorreram deste modo. Os Reis, cansados de lutar e de<br />

esperar o retorno dos Deuses Libertadores, se deixaram tentar pela ilusão de uma paz que lhes prometia<br />

múltiplas vantagens: caso se aliassem aos povos do Pacto Cultural, ascenderiam a sua “avançada”<br />

cultura, compartilhariam seus costumes refinados, desfrutariam dos mais diversos objetos culturais,<br />

habitariam em casas mais cômodas, etc.; e as alianças se selariam com matrimônios convenientes, enlaces<br />

que deixariam a salvo a dignidade dos Reis e não os obrigariam a ceder, de entrada, a Sabedoria<br />

frente ao Culto. Eles acreditavam, ingenuamente, que estavam pactuando uma trégua em que nada<br />

perdiam e tinham muito a ganhar: e essa crença, essa cegueira, essa loucura, essa fadiga incompreensível,<br />

esse torpor, esse feitiço, foi a ruína de meu povo e a maior falta ao Pacto de Sangue com os Atlantes<br />

Brancos, uma Falta de Honra. Oh, que loucura! Crer que se podia reunir numa mão só o Culto e a<br />

Sabedoria! O resultado, o desastre, eu diria, foi que os sacerdotes atravessaram as muralhas e se<br />

instalaram entre os Guerreiros Sábios; ali intrigaram até impor seus Cultos e conseguir que se esquecesse<br />

a Sabedoria; e por último, se lançaram avidamente a resgatar as Pedras de Vênus, as quais remeteriam<br />

com presteza à Fraternidade Branca mediante mensageiros que viajavam a regiões longínquas. Só muito<br />

poucos Iniciados tiveram a Honra e o Valor de resistir a tão repudiável trama e dispuseram de meios<br />

para preservar a Pedra de Vênus, e o que se recordava da Sabedoria.<br />

Entre tais Iniciados, se contou um de meus remotos antepassados, quem engastou a Pedra de Vênus<br />

na guarnição de uma espada de ferro: era aquela uma arma de imponente beleza e notável simbolismo;<br />

além de sustentar a Pedra de Vênus, o arriaz se quebrava até em cima como dois gaviões de ferro que<br />

protegiam a empunhadura e davam ao conjunto uma forma de tridente invertido; a empunhadura, por<br />

sua parte, era de um osso branco como marfim, mas espiralado, e se afirmava com convicção que<br />

pertencia ao chifre do Barbo Unicórnio, animal mítico que representava o homem espiritual; e o pomo, de<br />

ferro como a folha, possuía também um par de gaviões elevados, que formavam um segundo tridente<br />

invertido. Na Idade Média, como se verá, outros iniciados lhe gravou na folha a inscrição “honor et<br />

mortis”. Pois bem, esse Iniciado estabeleceu a lei de que aquela espada deveria pertencer apenas aos<br />

Reis da linhagem original, aos descendentes dos Atlantes Brancos. Vãs foram, nesse caso, os intentos de<br />

gerações de Sacerdotes para se desfazer da Espada Sábia, denominada assim pelo povo: como se verá, ela<br />

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