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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

forças pela Causa da Casa de Tharsis, mas era também realista, consciente de minhas<br />

limitações, e sabia que sem ajuda não poderia chegar a parte alguma. Mas a quem<br />

poderia recorrer por tal auxílio? Isso não podia decidir neste momento, mas é sobre o<br />

que me ocuparia de pensar nas próximas horas.<br />

Guardei o carro na garagem do prédio onde vivia há uns anos e subi por uma<br />

detestável escada caracol de concreto armado até o corredor dos elevadores. Uns<br />

minutos depois, me encontrava comodamente vestido em meu pijama, disposto a<br />

meditar sobre aquilo que me preocupava.<br />

“Três ambientes é demasiado grande para um homem só” me repetiram até<br />

o cansaço meus pais quando o adquiri, mas agora o apartamento não parecia, devido ao<br />

acúmulo desordenado de objetos arqueológicos, publicações variadas e livros. Na<br />

realidade para os livros destinei um pequeno quarto ao que dotei de estantes nas quatro<br />

paredes; mas a capacidade desta biblioteca se viu lotada e os novos livros foram<br />

ganhando os demais ambientes como hóspedes indesejáveis.<br />

O único lugar mais ou menos arrumado com certa ordem era o amplo hall que<br />

contava com um jogo de poltronas, mesa e lâmpada para ler. Junto a minha poltrona<br />

favorita, a janela deixava ver a ladeira de um pequeno morro cujo pé, imponente e<br />

majestoso, se ergue a estátua eqüestre do Gal. Martin Miguel de Güernes. Ali me sentei,<br />

presa de um sentimento muito especial, como se verá com o correr do relato, e<br />

permaneci várias horas; até que se produziram os fenômenos. .<br />

Mas não nos adiantemos; era meia noite e eu, retomando a linha de pensamentos<br />

anteriores, me perguntava obsessivamente: devo pedir ajuda, mas a quem?<br />

Como sempre ocorre quando o homem se enfrenta a situações que lhe<br />

ultrapassam e clama por ajuda exterior, fica indefectivelmente plantado um problema<br />

moral; é a antiqüíssima confrontação entre o bem e o mal. Nestes casos o princípio<br />

fundamental que deve primar no juízo sobre “amizade” ou “inimizade” das Potências as<br />

quais nos dirigimos, é o discernimento. Quando a “lei” é precisa, em sucessos que<br />

devem encarar-se juridicamente, por exemplo, o discernimento é automático, racional<br />

diríamos. Na complexa trama legislativa, milhares de leis entrelaçadas qualitativa e<br />

hierarquicamente regulam a conduta do homem na sociedade civilizada. Existem<br />

“figuras” jurídicas typo que permitem orientar o juízo e determinar com precisão se o<br />

que faz um homem é bom ou mal: é bom se não produz contradições juridicamente<br />

demonstráveis; é mal se falta à lei.<br />

Isto enquanto a conduta do homem coletivamente ajustada à “lei”. Na esfera<br />

individual o sujeito, geralmente ignorante da grande variedade de leis que regulamentam<br />

o Direito, se conduz de acordo a sua “consciência moral”. Este conceito alude a que o<br />

fato de ser membro de uma sociedade humana, tanto pela transferência cultural de<br />

gerações de antepassados como pela educação ou simplesmente a imitação do próximo,<br />

capacita ao homem no exercício de uma espécie de reflexo condicionando a moral que<br />

atua, finalmente, como uma intuição (consciência moral ou “voz da consciência”). Mas<br />

não se trataria de uma verdadeira intuição, senão da aparência desta e o que sucederia<br />

seria que um extrato de experiências morais, assimiladas pelos meios mencionados ou<br />

por qualquer outro e reduzidas a nível inconsciente, atuariam automaticamente guiando<br />

à razão no discernimento das oposições estabelecidas e determinando a lógica do juízo.<br />

Compreende-se que quanto mais “automaticamente” se desencadeia este<br />

mecanismo psicológico, tanto mais debilitada está a vontade de discernir. O gosto ou a<br />

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