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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

perna direita. Cada flecha correspondia a um dos crânios do colar de KALY e por isso<br />

tinha gravada em sua vara uma das letras do alfabeto sagrado dos arianos. A cimitarra era<br />

uma espada curta, de uns 80 cm com lâmina de um só fio, curva, truncada de forma<br />

convexa, truncada de forma convexa e a contraponto, e enganchada nesse extremo; o<br />

arriaz protegia o punho com duas saliências que imitavam a unha de uma águia. E a<br />

empunhadura, de marfim negro, tinha um pomo esquisitamente cinzelado, que<br />

representava o Rosto de Kaly como Mrtyu, a Morte. A cimitarra, envenenada, pendia de<br />

um tahalí sobre as costas, à esquerda. E finalmente, numa pequena bainha travada pela<br />

faixa, ia o punhal de folha flamejada e empunhadura de marfim, de tamanho semelhante<br />

ao Panzerbreher medieval ou a seu contemporâneo “Misericórdia”.<br />

Os integrantes do Círculo Kâula denominavam em seu Tantra, “Rudra” a Shiva,<br />

palavra que surgia da contração e aglutinação de Ru e Duskha, e que significava ”O<br />

que destrói a Dor”. Shiva era assim o Inimigo da Dor, o Inimigo de Dusk e seus<br />

discípulos, por extensão, seriam os Inimigos dos duskas. Isto o esclareço, neffe, porque<br />

não poderia deixar de considerar, no balanço do armamento próprio, ao profundo ódio<br />

que os kâulikas sentiam pelos duskhas, como um importante elemento tático a favor. Os<br />

kâulikas tinham ais duskhas pouco menos como vampiros que viviam da dor humana, e<br />

estavam psicologicamente predispostos a atuar com o máximo rigor contra “a família de<br />

Dusk”. Shiva Rudra aprovaria e premiaria a demonstração de valor de seus Kshatriyas<br />

kâulikas.<br />

O Sol se escondeu atrás da formidável Cordilheira Bayan Kara e a noite,<br />

impenetrável devido á escassa luz lunar do quarto minguante, desceu sobre o lago<br />

Kyaring. Às zero horas deixamos os cavalos bem há um km antes do Ashram Jafran e<br />

começamos a avançar a pé, carregando o material necessário para o ataque. Este se havia<br />

fixado para a uma em ponto, hora em que os dois grupos deviam estar em seus postos.<br />

O gurka, conhecedor do trajeto até o Templo, um dos lopas e eu, nos<br />

encarregaríamos de resgatar a Oskar no momento exato em que Von Grossen com os<br />

demais iniciariam o ataque frontal. A surpresa era o fator determinante do êxito de nossa<br />

Estratégia e por isso nos movíamos com extrema cautela.<br />

Às quinze para uma, e a uns trezentos metros da torre de vigilância, entramos no<br />

lago. Os três éramos Iniciados e sabíamos como liberar o calor da energia ígnea<br />

Kundalini para evitar o congelamentos, mas sem dúvida nenhuma nesse meio aquático<br />

de alta montanha os kâulikas me avantajavam: as práticas de Hata yoga das se<br />

concentravam principalmente em resistir com o corpo desnudo às baixas temperaturas e<br />

secas temperaturas dos Alpes bávaros. Assim, eu tiritava ainda de frio, quando subimos à<br />

Ilha Branca minutos mais tarde, sem que os duskhas nos ouvissem.<br />

Na parte posterior do Templo, os três invasores trepamos até a abertura estrelada<br />

pela qual ingressara quatro dias antes o infortunado Gangi. Era quase uma da<br />

madrugada. A partir de então devíamos atuar com precisão matemática, pois cabia a<br />

possibilidade dos guardas interiores matassem a Oskar ao recuperar-se da surpresa do<br />

ataque.<br />

À uma hora e cinco segundos, com exatidão germânica, uma poderosa explosão<br />

exterior fez vibrar o Templo e deixou paralisados de terror aos guardiões. Nesse<br />

instante, enquanto lá fora se desatava o Inferno, eu saltei pela janela, rolei pelo piso em<br />

direção ao altar, parei bruscamente, e com uma só rajada de Schmeisser acabei com os<br />

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