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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

Sobre os muros laterais, gravados com signos do alfabeto futark, viam-se em certos trechos inscrições e<br />

sinais.<br />

- Não restam dúvidas de que se trata de uma língua germânica. Porém – comentou Lito – este<br />

caminho tem todo o aspecto de ter sido construído pelos Atlantes Brancos. Observai estas pedras! A<br />

forma em que estão talhadas! Trata-se de autênticos menires que somente Eles poderiam ter feito!<br />

A observação de Lito foi prontamente confirmada pelos Amautas: quando eles chegaram a<br />

essas terras, muitos séculos atrás, aquele caminho já estava ali. Mas somente os<br />

Iniciados podiam cruzá-lo e por isso se lhe chavama “O Caminho dos Deuses”.<br />

Os invasores brancos jamais poderiam encontrá-lo, ainda que seguramente<br />

utilizassem as duas calçadas paralelas que os incas construíram imitando O<br />

Caminho dos Deuses. Mas ele, os dois Amautas do Gorro Negro, não deveriam falar desses<br />

temas com os Huancaquilli, pois tal missão lhes estava reservada aos “Atumurunas”, que os<br />

aguardavam ao final do Caminho.<br />

A capital, Cuzco, achava-se no centro das quatro regiões em que de dividia o Império Inca: a Oeste,<br />

o ; a Leste, o ; ao Norte, de onde procediam os Senhores de Tharsis, estava o<br />

; e ao Sul, até onde de orientava o Caminho dos Deuses, se encontrava o . Os<br />

dois Caminhos Reais encontrados por conquistadores de Pizarro, iam de Norte a Sul, seguindo um<br />

traçado paralelo ao Caminho dos Deuses: a rota costeira nascia em Tumbes e chegava até Talca, no<br />

Chile, 4.000 quilômetros depois; a central, mil quilômetros mais extensos, partiam de Quito e concluía<br />

no lago Titicaca, a orla do Rio Desaguadeiro. O Caminho dos Deuses, muito mais oriental, também<br />

terminava seu percurso no lago Titicaca. Mas a diferença radicava em que os Caminhos Reis eram<br />

sendas por onde se canalizava toda a atividade do Império: o Caminho dos Deuses, pelo contrário, era<br />

um caminho secreto, somente conhecido e utilizado pelos Amautas do Gorro Negro, os temidos Iniciados<br />

da Morte Fria Atyhuañuy.<br />

O Caminho dos Deuses mostrava um perfeito estado de conservação, rivalizando em alguns pontos de<br />

excepcional beleza com as melhores estradas européias: isso se conseguia pela distribuição permanente de<br />

centenas de homens ao largo de seu trajeto, que se encarregavam da manutenção da calçada, do serviço de<br />

mensageiro, e do sustento dos armazéns que existiam a cada três ou quatro léguas. Justamente, poucos<br />

passos pelo ciclópeo caminho de pedra, os viajantes deram com um armazém de amplas dimensões:<br />

segundo souberam depois os Senhores de Tharsis, aqueles “Armazéns Grandes”! Se edificavam nas<br />

cercanias das saídas laterais, e secretas, do Caminho dos Deuses. O lugar estava atendido por membros<br />

da mesma Raça morena que servia aos Amautas, uns meninos correram para descarregar as lhamas que<br />

estes traziam e conduzi-las a um curral, mas demonstraram grande temor pelos cavalos dos espanhóis,<br />

que tiveram de ser tratados pelos catalães. Ali comeram as fartas tortas de milho, beberam o api quente<br />

e descansaram meio dia. Um chasqui, entretanto, partiu em carreira para adiantar a notícia sobre a<br />

chegada dos Senhores de Tharsis.<br />

Apesar das desgastantes jornadas, durante as quais marchavam todo o dia e somente se detinham à<br />

noite nos estábulos mais próximos, o tempo passava sem que o Caminho dos Deuses parecesse terminar<br />

nunca. E semana após semana, o frio, o vento, e a neve, os castigavam sem cessar, posto que o Caminho<br />

raramente descesse por menos de 3.000 metros, obrigando-os a estarem permanentemente abrigados. Um<br />

motivo de alegria era a rápida melhora de Guilhermo de Tharsis: dois dias depois de curada a febre<br />

cedeu notavelmente, a perna começou a se desinflamar; aos quinze dias já podia caminhar quase que<br />

normalmente. Mas sessenta dias depois, ainda se encontravam transitando pela mesma estrada, cujos<br />

acidentes mil vezes repetidos, escalas, rampas, túneis e pontes suspensas, se lhes tornava agora monótonas<br />

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