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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

fosse o caso. A ninguém devia preocupar morrer ou viver, senão a realização do ideal, a<br />

imposição universal de nossos Estandartes, a vitória da Estratégia própria. Essa era a<br />

ordem carismática a meus Camaradas. Aos cães daivas lhes mandava “sigam a Ernest<br />

Schaeffer” em linguagem do Yantra svadi. E os cães Kula e Akula seguiam o rastro do<br />

traidor numa região que não estava nem na Terra nem no Céu. E eu seguia aos cães<br />

daivas, além de Kula e Akula. E meus doze Camaradas iam atrás de mim, sem importarlhes<br />

mais nada do que os rodeava, sem contemplar a possibilidade de morrer ou viver,<br />

somente pensando no ideal, na realização do ideal, na Vitória Final de nossos<br />

Estandartes.<br />

Desde que deixamos o lugar, a excitação dos cães foi aumentando, como se sua<br />

presa se encontrasse cada vez mais próxima. Com muita segurança nos guiaram por<br />

várias sendas descendentes, até dar com um tormentoso arroio cuja corrente provinha<br />

dos montes Kuen Lun, Durante uma hora, mais ou menos, marchamos paralelamente a<br />

sua margem direita, devendo os monges kâulikas, em várias ocasiões, picar com as<br />

cimitarras para abrir caminho entre o cerrado espinheiro.<br />

Ao final, chegamos a uma magnífica cascata de 50 m. De queda e ali obtivemos a<br />

primeira prova de que não estávamos desencaminhados. Frente a nós erigia-se uma<br />

parede de um barranco de pedra de 50 a 60 m. De altura, por onde se derramava a água<br />

do arroio, e em cuja base existiam inequívocos sinais da presença do homem. Num<br />

pequeno clarão havia um minas, um desses túmulos de pedra semelhantes às apachetas<br />

sul-americanas, que se vão formando nos “lugares sagrados” do Tibet pela adição que<br />

todos os lamas peregrinos fazem de uma pedra pintada com signos correspondentes a<br />

bijas da Kâlachakra. Num nicho escavado na parede de pedra, estava o motivo do minas:<br />

a escultura do Buda Vivente Maggogpa, o Mestre Rei de Shambala, Rigden Jyepo. O<br />

haviam representado na posição de lótus, meditando, e em suas mãos, uma diminuta<br />

estatueta de Shakti Kâkini sustentava um Coração sangrento, em cujo centro estava a<br />

Estrela de Davi, indicador do Anâhata chakra. O conjunto correspondia ao Símbolo da<br />

Doutrina do Coração, o Yoga do Amor que devem praticar todos os adeptos que<br />

aspiram conhecer a Kâlachakra. Sua presença ali era francamente ameaçadora e<br />

intimadora: somente os que fossem adeptos Iniciados na Doutrina do Coração poderiam<br />

seguir viagem à Porta de Shambala. A aceitação de tal condição se demonstrava<br />

agregando uma pedra com o nome escrito com sangue, ao túmulo do minas. .<br />

Detivemos-nos somente quinze minutos naquele lugar, já que os cães insistiam<br />

briosamente em continuar a busca e exigiam um esforço sobre-humano para conte-los.<br />

Durante este tempo, meus Camaradas exploraram o sítio e descobriram que várias<br />

sendas chegavam e partiam: os cães daivas, talvez para encurtar o caminho, nos<br />

conduziram por zonas de tudo intransitadas. Mas se via que aquela “Porta de Shambala”<br />

havia sido visitada com freqüência dado o volume do minas, ou ao menos há bastante<br />

anos.<br />

- Von Grossen, Von Subermann, olhem isto! – gritou Heinz Schmidt, que estava<br />

entretido examinando as pedras do minas.<br />

Tinha uma pedra na mãe e me estendeu. Observei que parecia escrita com sangue<br />

em duas de suas faces: uma era ilegível, pois seus signos eram desconhecidos para mim,<br />

mas a segunda inscrição me estremeceu o coração: dizia, em correto alemão: Ernst<br />

Schaeffer.<br />

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