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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

Viajavam com o consentimento do Dharma Rajá, para quem deviam cumprir<br />

certos encargos. E mostraram aos soldados tibetanos uma carta do Dharma Rajá na qual<br />

constava a lista de objetos a adquirir.<br />

Isso bastou. Os lopas obsequiaram uma garrafa de aguardente de solja butani e os<br />

soldados soltaram abundantes informações. “Deviam cuidar-se durante a viagem porque<br />

existia uma turma de bandoleiros fortemente armada que operava na região.<br />

Recentemente atacaram e destruíram uma aldeia de pacíficos e Santos lamas, pelo que se<br />

via bem claro que não se tratava de tibetanos, nem sequer de religiosos, mas de<br />

estrangeiros indesejáveis. A menos que fossem membros da clandestina seita Kâula, que<br />

odiavam os lamas budistas ou hinduístas em geral; mas eles nunca se atreveriam a tanto.<br />

Os sobreviventes duskhas afirmavam ter sido atacados pelos Asuras, mas os soldados<br />

não eram tão crédulos e suspeitavam que os “demônios” seriam na realidade ocidentais,<br />

secundados por matadores chineses. Se estavam certos, os malfeitores tentariam<br />

regressar à China pela indefinida fronteira do Leste, a que se propunham vigiar desde<br />

agora”.<br />

De maneira que nos buscavam e, como atinadamente predissera Von Grossen,<br />

não poderíamos nos fazer ver por bastante tempo. Os monges kâulikas tinham outras<br />

novidades.<br />

Sues contatos com membros do Círculo Kâula lhes permitiram inteirar-se de que<br />

um profundo movimento subterrâneo de simpatia por nós estava se articulando em todo<br />

Tibet espiritual. A muitos admirava aquele grupo de Iniciados que matavam sem piedade<br />

aos discípulos do Senhor de Shambala. Seria muito difícil regressar ao Butão pelo<br />

mesmo caminho, mas nossos aliados tibetanos nos garantiam uma segura fuga através da<br />

China até as linhas japonesas. O Japão se encontrava então em excelentes relações com a<br />

Alemanha e no consulado alemão de Shangai funcionava ativamente uma delegação do<br />

Serviço Secreto da d . Se chegássemos até lá, poderíamos embarcar sem inconvenientes. A<br />

comunidade kâulika de Sining nos ajudaria nessa empresa.<br />

Mas ainda era prematuro falar da saída do Tibet. Antes, deveríamos achar<br />

Schaeffer e neutralizar seus planos.<br />

- Estamos em condições de partir ao amanhecer, Von Subermann? – perguntou<br />

cortesmente Von Grossen.<br />

- Iawohk, mein Standartenführer ! - respondi com segurança.<br />

Deixamos tudo pronto e, ao amanhecer, levantamos acampamento e nos<br />

dispusemos a partir. Von Grossen esperava que eu o indicasse claramente o rumo, mas o<br />

único que poderíamos fazer seria acompanhar aos cães daivas. O fiz entender e me situei<br />

adiante da coluna, tomando com as mãos as guias dos cachorros. Desde o Infinito do<br />

Espírito, além de Kula e Akula, dando a ordem “seguir a Ernest Schaeffer” na língua do<br />

Yantra svadi e penetrou no Universo da Formas Criadas, atravessou o âkâsha tattva e se<br />

implantou no corpo anímico dos cães daivas. E os incríveis animais, como se realmente<br />

estivessem farejando um rastro físico, se puseram rígidos e estiraram as cabeças para<br />

frente, e partiram como flechas em direção ao Norte.<br />

Viajamos vários dias desse modo, sempre escoltando aos cães daivas e estes<br />

seguindo as invisíveis pistas da expedição alemã. No princípio Von Grossen não pos<br />

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