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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

recebido instrução em seus monastérios. Algumas seitas gnósticas, que chegaram a compreender e a se<br />

opor aos planos da Fraternidade Branca, deixaram testemunho de que isso se conhecia nas principais<br />

cidades do Oriente Médio: Alexandria, Jerusalém, Antioquia, Cesaréia, Éfeso, etc. Mas a Instituição<br />

dos monastérios não se faz da noite para o dia: é preciso seguir um estrito processo de formação, um<br />

método que se conhece desde a época da Atlântida e que os Sacerdotes do Pacto Cultural utilizaram<br />

universalmente; com esse método os Sacerdotes brahmanes impuseram o hinduísmo e os sacerdotes<br />

budistas, prévia deformação da doutrina do Kshatriya Sidhartha, criaram o monacato budista tibetano,<br />

chinês, hindu e japonês. Esse método determina que se deve começar por uma etapa de anarcomisticismo<br />

social, caracterizada pela proliferação de iluminados, ermitãos e Santos: esta fase tem por objetivo<br />

fomentar a crença de que a futura instituição monacal é um produto espontâneo do povo, que nasce e se<br />

nutre do povo. Deste modo os povos aceitarão naturalmente a existência e obra dos monastérios e, o que é<br />

mais importante, também o aceitarão os reis e governantes. E esse método infalível é aplicável em<br />

qualquer povo e com o concurso de qualquer religião.<br />

No marco do judaico-cristianismo, já no século I começa a se aplicar o método e assim surgem no<br />

Oriente Médio uma multidão de ascetas e Santos que se retiram aos desertos e montanhas para viver em<br />

solidão. Durante os séculos II e III cresce tanto a população de anacoretas que muitos decidem se<br />

juntarem sob o mando de um Santo superior e a ordem de alguma regra: se constituem então as<br />

comunidades de zenobitas; não obstante, a comunidade dos zenobitas não alcança ainda o grau de união<br />

requerido para o modo de vida monacal, pois cada membro continua com a vida ermitã e só se unem<br />

para orar e se alimentar. E junto aos anacoretas e os zenobitas, vagam por todas as partes os “frades<br />

errantes”, versão ocidental dos “monges mendicantes orientais”. Para o século V, as colônias de<br />

anacoretas e os zenobitas somam milhares e milhares de membros no Egito, Palestina e Oriente Médio:<br />

em uma só diocese do Egito, Oxyrinthus, viviam vinte mil ermitãs e cem mil ermitãos anacoretas,<br />

enquanto que durante a vida de São Pacômio existiam sete mil monges zenobitas em seis monastérios,<br />

que chegaram a cinqüenta mil no século V. Com isso quero lhe dar um exemplo, Dr. Siegnagel, sobre a<br />

magnitude do movimento pré-monacal, um movimento que todos sabiam ser de inspiração extremooriental.<br />

O momento propício para instituir o monacato ocidental, e para difundir o engano de que se tratava<br />

de uma criação original judaico-cristã, se apresentaria depois da morte do Imperador Teodósio, no ano<br />

395, quando o Império Romano se reparte entre seus dois filhos Arcádio e Honório. Arcádio se<br />

estabelece em Constantinopla, dando início ao Império Romano do Oriente, que duraria até o ano<br />

1453. Honório herda o Império Romano do Ocidente, com Roma, que se desfaria oitenta anos depois<br />

frente à pressão das Hordas bárbaras: logo do ano 476, o Império do Ocidente se divide em múltiplos<br />

Reinos romano-germânicos e começa um processo coletivo de isolamento e decadência cultural. Não só<br />

com a Ásia ficam cortados os laços culturais, mas com a própria Grécia; porém a sociedade européia<br />

estava preparada para a instituição monacal: durante séculos tinha visto passar os frades errantes<br />

procedentes da Terra Santa e escutado as histórias dos anacoretas e zenobitas orientais; inclusive muitos<br />

peregrinos viajavam à Terra Santa e ali adotavam a vida ascética, conservando na sua volta os costumes<br />

adquiridos; nesse momento, século VI, não existe zona montanhosa européia onde não habitem ermitãos<br />

cristãos. Mas, uma vez estabelecida a ordem dos monastérios, todos esqueceriam a origem oriental da<br />

instituição monacal.<br />

Justamente dos monastérios beneditinos sairão as cópias e traduções dos livros mais fecundos da<br />

cultura grega, que não teve instituição monacal, e se “perderá” qualquer vestígio das culturas<br />

do Extremo Oriente; vestígios que existiram no Império Romano e que misteriosamente desaparecem da<br />

Europa na época em que “aparecem” os livros mais adequados para empurrar o ocidente ao desastre<br />

espiritual da Renascença e da Idade Moderna, quer dizer, os livros em que se expõe o racionalismo e a<br />

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