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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

desta pergunto (agnosticismo) ou as mais perturbadoras hipóteses que são somente isso,<br />

respostas prováveis, mas não verdadeiras respostas.<br />

A Gnose, corrente filosófica a que se referiu bastante belicena Villca, afirmava a<br />

possibilidade de “salvar-se” por meio do conhecimento (gnose), mas este<br />

“conhecimento” não devia ser obtido de maneira racional. Como dizia Serge Hutin: “A<br />

gnose, posse dos Iniciados, se opõe à vulgar pistis (crença) dos simples fiéis. É mais um<br />

‘conhecimento’ que uma revelação secreta e misteriosa”. “...A gnose constitui uma vez<br />

que já alcançada, um conhecimento total, imediato, que o indivíduo possui internamente<br />

ou do qual carece em absoluto; é o ‘conhecimento’ em si, absoluto, que abarca ao<br />

Homem, ao Cosmo e à Divindade. E é somente através deste conhecimento – e não<br />

por meio da fé ou das obras – que o indivíduo pode ser salvo”. Existe então,<br />

outra via para “conhecer” e, ainda que uma conspiração obscurantista tenha apagado da<br />

História Oficial à Gnose e sua Sabedoria Iniciática, foi à maneira “gnóstica” que<br />

encontrei a solução para comunicar-me com a Voz.<br />

É que efetivamente há uma forma de obter conhecimento “além” da razão, sem<br />

cair na mecânica de pergunta e resposta, da comparação e da conclusão, da análise e<br />

síntese, enfim, da dialética. E é sumamente simples. Consiste em dispor o Espírito para<br />

recordar, em forma análoga à atitude assumida pela consciência quando “busca” uma<br />

recordação na memória.<br />

Neste caso não se trata de adotar uma postura contemplativa, de “mente em<br />

branco”, senão de uma ação dinâmica, que “busca” sem “perguntar”.<br />

A sabedoria de compreender isto apoia-se em aceitar o fato de que a consciência é<br />

“orientável”, “direcionável” às zonas de mente.<br />

Quando desejamos recordar algo, a razão pode interrogar ou não, mas a memória<br />

vem inexoravelmente. Por exemplo, que gravata usei na festa de Juan Perez? E a<br />

resposta vem automaticamente – a gravata verde -. Mas sejamos francos: é uma<br />

verdadeira “resposta” a obtida? Ou quando quisemos saber qual gravata usamos<br />

dispomos a mente a “buscar” a recordação da festa e esta recordação aparecerá na<br />

consciência como uma imagem que foi prontamente traduzida pela razão em forma de<br />

proporção: a gravata verde. Porque se no lugar de perguntar, simplesmente<br />

evocamos a recordação da gravata usada, esta “aparecerá” sem ser necessariamente a<br />

resposta a uma pergunta, tampouco uma proporção.<br />

Quando comprovei isto e verifiquei fidedignamente que ao “recordar” a<br />

consciência se “dirige” à recordação, dispus analogamente meu Espírito para dirigir-se à<br />

Voz.<br />

Em princípio não tive êxito, principalmente porque a razão interferia com dúvidas<br />

e ceticismo, mas quando me concentrei bem e pude recriar na mente os momentos<br />

fugazes em que a Voz irrompeu, então comecei a progredir. A Voz havia aparecido e<br />

desaparecido num instante, com uma velocidade maior que o mais veloz de meus<br />

pensamentos, ao ponto de, às vezes, não distinguir claramente suas palavras.<br />

Por isso é que devia concentrar-me muito e evocar a recordação, só evocar, não<br />

interrogar, dispor a consciência para que sobrevenha a recordação e permanecer em total<br />

imobilidade espiritual. O que entende compreenderá que não se trata de uma atitude<br />

contemplativa, mas de uma atitude enérgica (de energia), similar à do guerreiro um<br />

instante antes de soltar o braço com a espada, pleno de força potencial. Na<br />

contemplação há paz (quietude), na evocação há energia expectante.<br />

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