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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

Por exemplo, quando o caçador se sente “seguro” de acertar sua presa e erra o<br />

tiro ou quando o estudante “seguro” de haver dado a resposta certa comprova que o<br />

Professor lhe dá um zero, pode-se dizer que sua segurança “falhou”. De que depende,<br />

então, o êxito se quando estou “seguro” de obtê-lo, posso falhar?<br />

Para responder deve-se distinguir antes entre “segurança subjetiva” y “segurança<br />

objetiva”. A primeira está mais próxima da imaginação e a segunda da realidade. A<br />

segurança subjetiva se apóia na fé, a segurança objetiva se apóia na realidade. O que crê<br />

tomar uma maçã com a mão e o que realmente toma é uma maçã, indubitavelmente<br />

dispõe de segurança objetiva. Se em troca crê tomar uma maçã e na realidade toma outra<br />

coisa, sua segurança é subjetiva. Há, pois, uma brecha entre a segurança objetiva e a<br />

subjetiva que, segundo os indivíduos, pode chegar a ser um abismo.<br />

Mas é desejável que a segurança experimentada em que se faça ou pense seja a<br />

mais objetiva possível. Então, como se deve fazer para fechar a brecha que separa a<br />

segurança subjetiva da segurança objetiva? Salvo o caso de uma predisposição natural<br />

para a realidade objetiva, a resposta seria que a “experiência” prévia assegura maiores<br />

probabilidades de que a “segurança” na concretização de um ato se realize<br />

objetivamente.<br />

Para compreender melhor o tema deve-se distinguir também entre a segurança do<br />

amador e do especialista. Ante uma mesma prova ambos se sentem “seguros”, mas com<br />

maior probabilidade, somente o especialista alcança o êxito enquanto o amador fracassa.<br />

A “segurança” do especialista se baseia na experiência prévia, a do amador na fé em si<br />

mesmo, mas como todo especialista em algum momento inicial deve ter sido um<br />

amador, é possível que se persevere, chegue a ser um especialista.<br />

De modo que a segurança é tão mais objetiva quanto mais acompanhada da<br />

experiência. Mas se a segurança subjetiva é traída pela realidade objetiva, se fracassa,<br />

sobrevém a decepção da derrota. Deve-se concluir então, que a capacidade de sobreporse<br />

aos fracassos é um fator condicionante para capitalizar a experiência em favor de uma<br />

segurança objetiva.<br />

A segurança, por outra parte, é uma atitude psicológica fundamental para encarar<br />

as provas da vida. O que se enfrenta ao desafio de uma prova deve contar por<br />

antecipado com o êxito, deve estar “seguro” de ganhar e um fracasso não o desanimará<br />

em tentar novamente. Nos casos anteriores, nem o caçador deixa de caçar porque falha<br />

um tiro, nem o estudante deixa de estudar porque o reprovam num exame; ambos se<br />

sobrepõem e capitalizam a experiência aumentando sua segurança objetiva, sendo mais<br />

“espertos”.<br />

Considerando estes conceitos pode agora compreender minha atitude diante o<br />

fenômeno da Voz: concluía que, “estando preparado psiquicamente durante vários anos<br />

em um rigoroso treinamento intelectual, a segurança que dispunha na certeza dos juízos<br />

era bastante objetiva”. Ou seja, intelectualmente, quando estava “seguro” de um<br />

conceito era “seguramente” correto. E com essa segurança tão objetiva nos juízos, me<br />

dizia que a Voz que ouvia não vinha de meu inconsciente, não formava parte de mim,<br />

era alheio a meu Espírito ou era, talvez, outro Espírito.<br />

Devo destacar que a segurança que tinha de estar certo ia acompanhada de uma<br />

profunda análise no que considerava, entre outras coisas, o fato de que a Voz era capaz<br />

de emitir conceitos que eu de nenhum modo conhecia. Isto pode ter uma explicação<br />

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