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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

transmitia à Alma a intuição da morte eterna em que ela, como toda coisa criada,<br />

terminaria sua existência no final de um super “Grande Ano” de manifestação do<br />

Deus Criador, um “Mahamanvantara”.<br />

De modo que a “brancura” da Fraternidade a que pertenciam os Atlantes morenos não provinha da<br />

cor da pele de seus integrantes, mas da “luz” de suas Almas: a Fraternidade Branca não era racial,<br />

mas religiosa. Suas filas se nutriam somente de Sacerdotes Iniciados, que ocupavam sempre um “justo<br />

lugar” de acordo com sua devoção e obediência aos Deuses. O sangue dos vivos tinha para eles um valor<br />

relativo: se com sua pureza se mantinha coeso ao povo nativo aliado então que se o conservasse, mas se a<br />

proteção do Culto exigia a mestiçagem com outro povo, poderia degradar-se sem problemas. O Culto<br />

seria o eixo da existência do povo nativo e tudo lhe estaria subordinado em importância; tudo, ao fim,<br />

deveria ser sacrificado pelo Culto: em primeiro lugar o Sangue Puro dos povos aliados dos Atlantes<br />

Brancos. Era parte da missão, uma obrigação do Pacto Cultural: o Sangue Puro derramado alegrava<br />

aos deuses e eles reclamavam sua oferenda. Por isso os Sacerdotes Iniciados deveriam ser Sacrificadores<br />

do Sangue Puro, deveriam exterminar os Guerreiros Sábios ou destruir sua herança genética, deveriam<br />

neutralizar o Pacto de Sangue.<br />

Até aqui lhe descrevi as principais características dos dois Pactos. Não pude evitar o emprego de<br />

conceitos obscuros ou pouco habituais, mas terá de compreender, estimado doutor, que careço de tempo<br />

necessário para entrar em maiores detalhes. Contudo, antes de continuar com a história de meu povo e<br />

minha família, farei um comentário sobre as conseqüências que as alianças com os Atlantes trouxeram<br />

aos povos nativos.<br />

Se em algo contribuíram na História as castas sacerdotais formadas pelos Atlantes morenos, a parte<br />

de seu fanatismo e crueldade foi na arte do engano. Fizeram, literalmente, qualquer sacrifício se este<br />

contribuía à preservação do Culto: o cumprimento da missão, esse Alto Propósito que satisfazia a<br />

Vontade dos Deuses, justificava todos os meios empregados e os converteu em mestres do engano. E então<br />

não se deve estranhar que muitas vezes simulassem ser reis, ou se escudassem atrás de reis e nobres, se<br />

isso favorecia seus planos; mas isto não pode confundir a ninguém: Reis, Nobres ou Senhores, se seus<br />

atos apontam a manter um culto, se professavam devota submissão aos Deuses da Matéria, se<br />

derramavam Sangue Puro ou tentavam degradá-lo, se perseguiam aos Sábios ou afirmavam a heresia da<br />

Sabedoria, indubitavelmente eram Sacerdotes camuflados, ainda que suas funções sociais não<br />

aparentassem. O princípio para estabelecer a filiação de um povo aliado dos Atlantes<br />

consiste na oposição entre Culto e Sabedoria: o sustento de um Culto às Potências da<br />

Matéria, a Deuses que se situam por cima do homem e aprovam sua miserável existência terrena, a<br />

Deuses Criadores ou Determinadores do Destino do homem, coloca automaticamente a seus fiéis no<br />

marco do Pacto Cultural, estejam os Sacerdotes à vista ou não.<br />

Opostamente, os Deuses dos Atlantes Brancos não requeriam nem Culto nem Sacerdotes: falavam<br />

diretamente no Sangue Puro dos Guerreiros e estes, por escutar Suas Vozes, se tornavam Sábios. Eles<br />

não tinham vindo para conformar o homem na sua desprezível condição de escravo na Terra, mas para<br />

incitar ao Espírito humano à rebelião contra o Deus Criador da prisão material e a recuperar a<br />

liberdade absoluta na Origem, mais além das estrelas. Aqui será sempre um servo da carne, um<br />

condenado à dor e ao sofrimento da vida; ali será o Deus que antes havia sido, e tão poderoso como<br />

Todos. E, desde então, não haveria paz para o Espírito enquanto não concretizasse o Regresso à<br />

Origem, enquanto não reconquistasse a liberdade original; o Espírito era estrangeiro na Terra<br />

e prisioneiro da Terra: salvo aquele que estivesse adormecido, confuso num extravio extremo,<br />

enfeitiçado pela ilusão do Grande Engano. Na Terra, o Espírito só poderia manifestar-se em guerra<br />

perpetuamente, contra as Potências da Matéria que o mantinham prisioneiro. Sim, a paz estava na<br />

Origem: aqui somente poderia haver guerra para o Espírito Desperto, quer dizer, para o Espírito<br />

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