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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

do Juiz, da Polícia, etc. E ninguém veio aqui porque esta casa é muito difícil de<br />

encontrar. Mui grandes devem ser seus poderes para haver chegado assim, de surpresa,<br />

e conseguir abater aos Demônios. Salvou-me a vida, e seguramente evitou um terrível<br />

sofrimento prévio! Mas não sei até que ponto agradece-lo, posto que, como<br />

compreenderá, já estou farto de viver.<br />

Compreendia-o perfeitamente pois eu também estava farto de viver; e se seguia<br />

adiante, com aquele índio germânico, seria exclusivamente por Honra, porque era uma<br />

Honra cair cumprindo a missão que me haviam designado os Deuses que dirigiam a<br />

Guerra Essencial e porque depois da Batalha Final, uma vez ajustadas as contas com as<br />

Potências da Matéria, regressaríamos definitivamente à Origem do Espírito Não Criado.<br />

Vi a cara de Segundo mortificado de dor e corri a um galpão adjacente para buscar o<br />

estojo de pronto-socorro que estava no porta-luvas de uma caminhonete. Com<br />

paciência, desinfetei a todos os vinte dedos e fui vedando um por um. Trazia comigo<br />

drágeas anestésicas, e o fiz tomar duas: quatro miligramas que o fariam dormir até o<br />

meio-dia. Antes de concluir a cura já caía de sono, então o levei até sua casa, fazendo-o<br />

pisar com os calcanhares, e o deixei deitado em sua humilde cama de algarobo.<br />

Passei um café, e o bebi já mais calmo sentado em uma cadeira da cozinha. O<br />

encontro com Segundo havia me acalmado bastante e agora meditava sobre os próximos<br />

passos a seguir. Sobre a mesa depositei a garrafa de ácido, transformado em um líquido<br />

muito negro, porém de pouca densidade. Para recuperar as rosas de Pedra, os brincos de<br />

Avalokiteshvara, derramaria aquela substância inútil no tanque e neutralizaria a acidez<br />

residual com um poderoso detergente concentrado que achei em um armário. Um<br />

minuto depois, os brincos de Esther achavam-se em meu bolso, já vazio de armas.<br />

Certamente exageramos na artilharia, e agora descansavam sobre a mesa a Itaka,<br />

cinqüenta cartuchos, a pistola automática com seu incômodo coldre auxiliar, seus<br />

carregadores, as dez granadas de fragmentação, as bombas de trotil e a faca de caça.<br />

Com o corpo mais leve, certifiquei-me com descrição do sono profundo de Segundo, e<br />

decidi ocupar-me de eliminar os restos dos assassinos orientais. Provido de uma<br />

poderosa lanterna de doze lâmpadas, explorei os arredores da chácara. Comprovei então<br />

que, em efeito, a edificação da casa seguia o traçado da antiga púcara de Tharsy, e que a<br />

fortaleza perimetral foi reduzida a um tapume baixo, de não mais de um metro, para<br />

dissimular sua função de guarnecer uma praça liberada. Em seu interior ainda existia o<br />

antiqüíssimo Cromlech, cujas Pedras formavam um círculo enorme, em cuja área cabia<br />

de sobra a planta da chácara. Mas me intrigava a sorte do Menir de Tharsy, que os<br />

Atlantes Brancos plantaram para estabelecer o Pacto de Sangue com a Estirpe de Tharsis<br />

e determinar sua missão familiar. Tomando os diâmetros do Cromlech, busquei sua<br />

interseção ao centro e comprovei com intriga que aquele lugar central daria no interior<br />

da chácara. Por fim não me cabiam dúvidas que o sítio central se encontrava dentro de<br />

um enorme barraco hermeticamente fechado. Cortei as correntes e cadeados com um<br />

alicate adequado e abri as portas do barraco: incrivelmente, após séculos e milênios,<br />

ainda se encontrava em seu lugar de origem o menir de Tharsy. Ele era de Pedra verde e<br />

mostrava em sua base milenar montes de Pedras para invocar a proteção dos Deuses de<br />

Vultan: purihuaca voltan guanancha unanchan huañuy. Sobre este monte esteve<br />

durante quatrocentos e quarenta e três anos a espada Sábia da Casa de Tharsis,<br />

custodiada como em Huelva por incontáveis Noyos e Vrayas descendentes de Lito de<br />

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