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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

uma finalidade; este é o primeiro grau do determinismo. Em outras palavras: existe um Plano cujas<br />

pautas se ajustam e a cujos desígnios tende, em “ordem” do mundo; a matéria livre da mecânica de tal<br />

“ordem” se encontra determinada em primeiro grau. Mas, como dito plano, se encontra<br />

sustentada pela Vontade do Criador, e Sua Presença é efetiva em cada porção de matéria, segundo<br />

vimos, poderia ocorrer que Ele anormalmente influencie de outra maneira sobre alguma porção<br />

de realidade, seja para modificar teleologicamente seu Plano ou para expressar<br />

semióticamente sua intenção ou por motivos estratégicos; nesse caso estamos ante o<br />

segundo grau do determinismo.<br />

Por “motivos estratégicos” se entende o seguinte: quando o homem desperto empreende o Regresso à<br />

Origem no marco de uma Estratégia Hiperbórea, emprega técnicas secretas que permitem opor-se<br />

efetivamente ao Plano. Nessas circunstâncias o Criador, anormalmente, intervém com todo Seu Pode<br />

para castigar ao intrépido.<br />

Podemos agora distinguir entre um fenômeno de primeiro grau e um fenômeno de<br />

segundo grau, atendendo ao grau de determinação que envolve sua manifestação. Deve compreenderse<br />

bem que nesta distinção o acento se põe as diferentes com que o Demiurgo pode atuar sobre um<br />

mesmo fenômeno. Por exemplo, o fenômeno de um vaso caindo de uma sacada na rua, não pode ser<br />

outra coisa que uma determinação de primeiro grau; dizemos: “atuou a lei da gravidade”. Mas se dito<br />

vaso caiu sobre a cabeça de um homem desperto, podemos supor uma segunda determinação ou, com<br />

rigor, uma “segunda intenção”; dizemos: “atuou a Vontade do Criador”.<br />

Ao primeiro e segundo grau de determinação de um fenômeno denomina-se também, de outro ponto<br />

de vista, Primeira e Segunda intenção do Criador.<br />

Em geral, todo fenômeno é suscetível de manifestar-se em primeiro e segundo grau de determinação.<br />

Atendendo a esta possibilidade convenhamos o seguinte: quando não se indique o contrário, por<br />

“fenômeno”, se entenderá aquilo cuja determinação é puramente mecânica, ou seja, de primeiro grau; caso<br />

contrário se entenderá, “de segundo grau”.<br />

Somente falta, agora que distinguimos entre “os dois graus do fenômeno”, esclarecer a afirmação que<br />

fiz no começo desta análise de que toda lei da natureza, inclusive aquelas eminentes, descrevem o<br />

comportamento causal de fenômenos de primeiro grau de determinação. É fácil compreender e aceitar isto<br />

já que quando em um fenômeno intervém uma determinação de segundo grau, o sentido natural do<br />

aprisionamento mecânico tem sido alienado temporalmente em favor de uma Vontade irresistível. Nesse<br />

caso o fenômeno já não será “natural” ainda que aparente sê-lo, mas que estará dotado de uma<br />

intencionalidade sobreposta de nítido caráter maligno para o homem.<br />

Por outra parte, o fenômeno de primeiro grau, se manifesta sempre completo em sua<br />

funcionalidade a qual é expressão direta de sua essência, e a que sempre será possível reduzir<br />

matematicamente a um número infinito de “leis da natureza”. Quando o fenômeno de primeiro grau é<br />

apreciado especialmente por uma lei da natureza, a qual é eminente para um, pois destaca certo<br />

aspecto interessante é evidente de que não se está tratando com o mesmo fenômeno completo, senão<br />

com tal “aspecto” do mesmo. Em tal caso deve perceber-se o triste fato de que do fenômeno somente será<br />

percebida uma Ilusão. Mutilado sensorialmente, deformado gnoseológicamente, mascarado<br />

epistemologicamente, não deve estranhar que os indos-arianos qualificaram de maya, Ilusão, à<br />

percepção corrente de um fenômeno de primeiro grau.<br />

Exporei agora uma interrogação, cuja resposta permitirá encarar o problema da “preeminência das<br />

premissas culturais”, baseado nas últimas conclusões: “se todo fenômeno de primeiro grau aparece<br />

necessariamente completo (por exemplo, às 06h00min ‘sai o sol’)”, qual é o motivo específico de que sua<br />

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