23.04.2013 Views

MBV - Octirodae Brasil

MBV - Octirodae Brasil

MBV - Octirodae Brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

“O Mistério de Belicena Villca”<br />

O Eu desperto é próprio do homem desperto, ou seja, do animal-homem cujo Espírito<br />

aprisionado descobriu o Engano e procura encontrar o caminho até a Origem, a saída do Labirinto. No<br />

homem desperto, o Iniciado Hiperbóreo é aquele capaz de atuar segundo o “modo de vida estratégico”<br />

que exige o Pacto de Sangue. A saber, aquele capaz de aplicar os princípios estratégicos da<br />

Ocupação, do Cerco e da Muralha Estratégica. Com respeito ao segundo princípio, no que<br />

toca a Função Régia, disse o Décimo Sexto Dia: Felipe IV deverá “aplicar o princípio do cerco<br />

no espaço real ocupado”. Segundo isto, pareceria que o princípio do Cerco radicasse<br />

exclusivamente no homem desperto, quem deveria “aplicar” ou “projetar” tal princípio na área<br />

ocupada. Portanto, de acordo ao princípio hermético: “O microcosmo reflete ao<br />

macrocosmo”, princípio que, tal como se viu na exposição de Bera e Birsa, é também cabalístico:<br />

Adão Harishón é o reflexo de Adão Kadmón. Quer dizer isto que o princípio do Cerco há de<br />

estar também presente no macrocosmo, por exemplo, como uma lei da natureza? Se ocorresse assim,<br />

talvez se pudesse, ao menos em teoria, detectar em algum fenômeno característica certa função cerco,<br />

que nos revelasse por outra via, esta vez externa, o princípio estratégico mencionado. Ainda que possa<br />

adiantar que o resultado será negativo, é conveniente examinar tal possibilidade de busca externa, pois<br />

sua análise permitirá compreender diversos aspectos gnosiológicos e culturais que afetam o homem.<br />

Se aceitarmos o princípio hermético de equivalência entre macrocosmo e microcosmo, nos resultará<br />

evidente que todas as leis do macrocosmo se refletem em leis análogas do microcosmo. Mas tal<br />

correspondência dista de ser um mero reflexo passivo entre estruturas. O homem, ao descobrir e<br />

formular leis desequilibra essa relação e assume um papel destacado. Como conseqüência dessa<br />

atitude dominante aparece agora, separando ao Eu do macrocosmo, um modelo cultural elaborado por<br />

um sujeito cultural em base a princípios e conceitos de uma estrutura cultural. Na Sabedoria<br />

Hiperbórea, Dr. Siegnagel, se definem e estudam estes três elementos; sinteticamente, lhe direi que o<br />

“sujeito cultural” é somente o sujeito anímico ao atuar dinamicamente sobre uma “estrutura cultural”<br />

constituída na “esfera de sombra” da psique; também, quando o sujeito anímico atua na “esfera<br />

racional”, o denomina-se “sujeito racional”. E se manifestar-se na “esfera de consciência”, “sujeito<br />

consciente”; mas sempre o Eu se encontra sumido no sujeito anímico ou Alma, seja racional, cultural ou<br />

consciente seu campo de ação.<br />

Assim, é o “modelo cultural” o principal responsável da visão deformada que o homem tem de<br />

si mesmo e do mundo, dado que se interpõe entre o macrocosmo e o microcosmo. O modelo cultural é<br />

um conteúdo da estrutura cultural de caráter coletivo ou sociocultural; portanto, consistem em um<br />

conjunto sistemático de conceitos, propostos pelo sujeito cultural e traduzido a uma ou duas linguagens<br />

habituais. Por exemplo, matemático e lingüístico. Em resumo, no modelo cultural se compõe,<br />

normalmente, de princípios matemáticos e premissas culturais. O Eu do homem, quando se encontra<br />

confundido com o sujeito consciente, aceita solidariamente como representação dos entes externos, como<br />

sua verdade os objetos culturais que procedem do modelo cultural intermediário, objetos culturais cujo<br />

significado tenha sido posto pelo sujeito cultural como premissa em linguagem habitual.<br />

Examinemos agora quê entende o homem por “lei da natureza”. Sem entrar em complicações, podese<br />

afirmar que uma lei da natureza é a quantificação matemática de uma relação significativa entre<br />

aspectos ou magnitudes de um fenômeno. Esclareçamos esta definição. Dado um fenômeno é possível que<br />

pela observação e pela experimentação empírica se chegue a diferenciar certos “aspectos” do mesmo. Se<br />

dentre dos vários aspectos que se destacam, alguns deles resultam como “relacionados significativamente<br />

entre si”, e se esta relação possui probabilidade estatística, ou seja, se repetir um número grande de vezes<br />

ou é permanente, então pode enunciar-se uma “lei da natureza”. Para isso se faz falta que os “aspectos”<br />

do fenômeno possam reduzir-se a magnitudes de tal modo que a “relação significativa” se reduza a<br />

237

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!