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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

Desde que os Grandes Antepassados comeram o Fruto da Árvore da Morte, ninguém se atrevia a se<br />

aproximar dela por temor a Morte. Mas Navutan era Imortal e podia, como Eles, se aproximar sem<br />

problemas. Uma vez junto à Árvore, Navutan cortou e comeu o Fruto proibido, ficando imediatamente<br />

enfeitiçado pela Ilusão da Vida: agora só lhe faltava descobrir o segredo da Morte sem morrer, pois<br />

se morria na tentativa jamais poderia comunicar a Sabedoria aos homens brancos. É então quando<br />

Navutan se auto-crucifica na Árvore do Terror, para vencer a Morte, e pende nove noites de seu<br />

tronco. No entanto, enquanto o tempo transcorria, a Morte se aproximava sem que Navutan conseguisse<br />

compreender seu segredo. Ao fim, já agonizante, o Grande Chefe Branco fecha seu único olho, que<br />

mantinha fixo na Ilusão do mundo, e olhou no Fundo de Si Mesmo, numa última e desesperada reação<br />

para salvar a vida que se apagava sem remédio. E no ápice de Si Mesmo, em meio da Negrura Infinita<br />

da Morte Insinuada, viu surgir uma Figura Resplandecente, um Ser que era Pura Graça: se tratava de<br />

Frya, a Alegria do Espírito, sua Divina Esposa da Origem que acudia em seu auxílio.<br />

Quando Navutan abre novamente seu olho, Frya sai por ele e se interna no Mundo do Grande<br />

Engano: vai buscar o segredo da Morte para salvar seu Esposo agonizante. Entretanto não o consegue e<br />

o tempo se acaba inexoravelmente. Ao fim, sem se desesperar, Frya se dirige a Hiperbórea para<br />

consultar os Deuses Libertadores; Eles lhe aconselham buscar um Gigante bicéfalo que habita um<br />

mundo situado sob as raízes da Árvore do Terror e que exerce o ofício de chaveiro: desse Gigante deve<br />

roubar a Chave Kâlachakra, pois nela os Deuses Traidores gravaram o segredo da Morte. O mito<br />

dos Atlantes Brancos aqui se torna muito complexo e só convém mencionar que Frya, transformada em<br />

Corvo, desce ao mundo do Gigante bifronte e lhe rouba a Chave Kâlachakra: mas para consegui-la, teve<br />

de converter-se em assassina e prostituta; Frya, com efeito, quebra com um golpe de seu machado a<br />

Chave, mas o cabo, ao cair, se transforma em sete gigantes de sete cabeças cada, que “dormem para que<br />

as raças raízes vivam por eles”; ato seguido, e sem alternativas, pois está urgida pelo tempo, Frya se veste<br />

com o Véu da Morte que aqueles gigantes têm pendurado com um laço em cada pescoço: logo os desperta<br />

sucessivamente e se entrega a eles como amante, mas inexoravelmente os degola na culminação de cada<br />

orgasmo; e as cabeças dos gigantes, atravessadas por uma corda ou sutrâtma, formam o colar de Frya<br />

Kalibur, no qual cada crânio representa um Signo do Alfabeto Sagrado da Raça Branca. Por fim o véu<br />

se solta e Frya, novamente transformada em corvo, retorna velozmente junto a Navutan.<br />

Mas já é tarde: justo no momento de chegar, Navutan exala o último suspiro e seu olho está se<br />

fechando para sempre. Frya compreende que será impossível revelar a Navutan o segredo da Morte, pois<br />

acaba de morrer, e já não poderá ler a Chave Kâlachakra. E é assim, sem perder um instante, Frya<br />

toma a decisão que salvará a Navutan e a raça Branca: se transforma em perdiz e penetra novamente<br />

em Navutan. A Chave Kâlachakra deve ficar do lado de fora, posto que somente Ela possa existir no<br />

Fundo de Si Mesmo. Frya deve revelar a Navutan o Segredo da Morte, não só para lograr sua<br />

ressurreição, mas também para que seu Esposo o comunique para os homens; de outra maneira, o<br />

sacrifício teria sido vão. Mas como expor a Navutan o Segredo da Morte sem a Chave Kâlachakra, sem<br />

mostrar-lhe esse instrumento de aprisionamento espiritual, para sua compreensão? E<br />

Frya o decide nesse instante: como perdiz, dançará o Segredo da Vida e da Morte.<br />

Expressará com a dança a Mais Alta Sabedoria que seja possível compreender o<br />

homem mortal desde Fora de Si Mesmo.<br />

E Frya, dançando no Fundo de Si Mesmo, revela a Navutan o Segredo procedente de Fora de Si<br />

Mesmo. E Navutan o compreende, se corta o feitiço causado pelo Fruto da Árvore da Vida e da Morte,<br />

e ressuscita novamente como imortal. E ao descer de sua crucifixão na Árvore, repara que se seu corpo<br />

foi transformado, e agora é de Pedra Pura; e que pode compreender e expressar a Língua dos Pássaros.<br />

Então Navutan ensina aos Atlantes Brancos as treze mais três Vrunas mediante a Língua dos<br />

Pássaros e os encaminha a compreender o Signo da Origem, com o que obterão a Mais Alta Sabedoria,<br />

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