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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

- É a mais grotesca combinação lingüística que já vi. Trata-se de uma brincadeira,<br />

Siegnagel? – perguntou com desconfiança.<br />

- Não sei. Assim, tal qual o encontrei, o trouxe – disse sem exagerar demasiado.<br />

- Pois se não é, parece. Hebreu e Celta! Vamos, Arturo; ou é piada ou se trata de<br />

algo muito, mas muito sério. De pronto a palavra h v h i é o famoso tetragramaton, nome<br />

de Deus de quatro letras, de nefasto poder segundo os Cabalistas e que se lê mais ou<br />

menos “YHVH”, sendo as “H” letras que podem adotar o som de “ETA” grega, ou<br />

seja, semelhante ao “E” castelhano. Enquanto a h g i v , sua tradução é “Binah” e<br />

significa “Inteligência”; mas não qualquer inteligência senão a “Inteligência Suprema”, a<br />

Inteligência de Deus, justamente a Inteligência de YHVH Elohim: para a Cabala<br />

hebréia, Binah é um dos dez Sephiroth ou Aspectos do Deus Uno.<br />

Quão familiares e cheias de sentido me soaram aquelas explicações do Professor,<br />

ao situá-las inevitavelmente no marco da cata de Belicena Villca e sua terrível morte. Mas<br />

o Professor continuava:<br />

- A frase “ada aes sidhe draoi mac hwch” é, sem dúvidas, celta antigo ou algum<br />

de seus múltiplos dialetos. A língua celta evoluiu, a partir da árvore indo-européia, em<br />

duas ramificações: continental, na Gália, e na insular, que se subdividiu por sua vez em<br />

duas ramificações: 1ª) o goidélico ou irlandês antigo, mãe do irlandês e do gaélico<br />

escocês. E 2ª) o britânico que resultou no bretão, no galês e o córnico. Diria que<br />

essas palavras pertencem ao irlandês antigo, tal como aparecem na saga “O canto de<br />

Marzin” ou nos poemas do Bardo Taliesin, escritos no século V.<br />

É curioso, Marzin (em galês “Myddin”, e deformado em línguas germanas<br />

“Merlin”), era Druida, como Taliesin, e justamente na frase que você me trouxe se alude<br />

aos Druidas. “Draoi” quer dizer Druida em celta. A frase completa seria “Vitória ao<br />

Divino Druida, Filho do Javali”, segundo o seguinte vocabulário:<br />

ada = Vitória<br />

aes sidhe = Divino<br />

Draoi = Druida<br />

mac = Filho<br />

hwch = Javali<br />

- Meu querido Dr. Arturo Siegnagel – o Professor me olhava fixamente – o que<br />

sabe você sobre os Druidas?<br />

A pergunta me tomou de surpresa, pois eu estava pensando em grande velocidade<br />

nisso, desde o mesmo momento que o Professor completou sua tradução.<br />

- Sei muito pouco – disse – Que formavam uma espécie e Casta Sacerdotal entre<br />

os antigos celtas. Que praticavam a magia e a adivinhação... Creio que eram reputados<br />

como Sábios e que apesar e sua origem pagã, possuíam uma moral nada desdenhável –<br />

tudo quanto sabia dos Druidas, ou Golen, procedia da carta de Belicena Villca, e minha<br />

opinião sobre eles, como é natural, não podia ser pior. Entretanto, ignorava o conceito<br />

que lhes mereciam o Professor Ramirez e tratava e não comprometer-me condenandoos<br />

categoricamente – Penso que desapareceram com a conversão dos celtas ao<br />

cristianismo – concluí inocentemente.<br />

O Professor sorria debochado:<br />

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