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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

Lito de Tharsis e um dos Noyos, de nome Roque, reuniram-se em Turdes com Ricardo de Tharsis e<br />

os restantes Homens de Pedra da família de Valentina. Todos estiveram de acordo em que se havia<br />

cumprido a profecia do Senhor de Vênus e que o ansiado momento de partir encontrava-se próximo: a<br />

Lito de Tharsis lhe corresponderia a Alta Honra de transportar a Espada Sábia ao lugar disposto<br />

pelos Deuses. Mas nem todos poderiam partir; Ricardo de Tharsis estava velho para empreender<br />

semelhante viagem, e em situação análoga encontravam-se outros dois Cavaleiros e duas Damas. Uma<br />

Dama mais jovem, porém, mas somente até algum povoado, porque seria difícil que se lhe permitisse<br />

integrar uma expedição militar, E além dos três Noyos, também estavam em condições de ir dois freis<br />

dominicanos, que oficiavam de inquisidores junto a Ricardo de tharsis. Se tudo saísse bem. Os viajantes<br />

mandariam buscar aos que ficassem; caso contrário, estes se uniriam a Estratégia no ramo alemão da<br />

família.<br />

O problema da viagem, como disse se resolveu facilmente graças à providência dos Deuses, pois um<br />

jovem explorador alemão, a serviço da Casa Welser, era um parente distante dos Senhores de Tharsis.<br />

Nicolaus de Federmann, em efeito, ostentava a linhagem dos Senhores de Tharsis austríacos pela linha<br />

materna e estava então na América. O Rei Carlos I, e o Imperador Carlos V da Alemanha, contraiu<br />

uma dívida de 150;000 ducados com a Casa Welser de Augsburgo formando, como uma sorte de<br />

garantia real, uma capitulação em Burgos pela qual se autorizava a tal Banco a estabelecer e explorar<br />

uma região da América. Tal região era compreendida pelo atual território da Venezuela, desde o Cabo<br />

da Vela até Maracapana, e a Compania se impunha a obrigação de fundar cidades e três fortalezas,<br />

nas que poderiam nomear um Governador com a anuência real. No ano de 1527 Juan Ampúes fundou<br />

ali a cidade da Vela de Santa Ana do Coro, onde se instalou em 1528 Ambrosius de Alfinger, o<br />

primeiro Governador nomeado pelos Welser, que levou como suplente a Nicolaus Federmann. Em<br />

1530, depois daquela reunião de Lito de Tharsis com os Homens de Pedra para decidir a vigem à<br />

América, descobrem por meio de notícias provenientes do ramo vrunaldina a existência daquele parente,<br />

e se põem em contato com ele através da lenta correspondência que os dominicanos mantinham com os<br />

freis missionários. Procurava-se, em todo caso, não arriscar informações desse modo e por isso as cartas<br />

somente se referia à necessidade de sustentar uma visita pessoal com o explorador “por motivos vitais que<br />

então se esclareceriam”. Algo difícil de concretizar nesses dias devido a que Federmann concorria em<br />

perigosíssima exploração ao coração da selva venezuelana em busca do ouro dos índios.<br />

De todo modo, os Senhores de Tharsis se trasladaram ao porto de Sevilha e começaram a preparar<br />

sua própria expedição, descontando a ajuda de Federmann. Nesse caso a sorte sorriu aos Senhores de<br />

Tharsis em 1532, ainda que não a Ambrosius de Alfinger, ao que uma flecha com curare o matou.<br />

Porque foi a morte do Governador o que trouxe a Nicolaus Feddermann à Europa, com o propósito de<br />

reclamar para si aquele posto que justamente houvesse ganhado. Os Welser, porém, outorgaram o cargo<br />

a Georg de Spira, um homem de prestígio que contava com notáveis influências e amigos poderosos,<br />

nomeando em compensação a Federmann Tenente General do Governador. E foi em 1533, enquanto o<br />

alemão se ocupava de equipar a frota dos Welser, que todos se juntaram em Sevilha.<br />

Nicolaus de Federmann não era Iniciado nem tinha conhecimentos de magia ou esoterismo, mas<br />

levava em suas veias o Sangue de Tharsis. Em seguida compreendeu que a misteriosa causa que levava<br />

os seus parentes à América devia ser apoiada e cedeu em todos seus pontos a efetuar o plano que estes lhe<br />

propunham; um instinto secreto lhe dizia que não se equivocava que algo superior ao ouro, pelo qual<br />

estava disposto a morrer, guiava aqueles aventureiros: podia perceber no ar quando estava em sua<br />

presença; como se não bastassem, eles também pagavam com ouro. Com o bom ouro espanhol, pois seus<br />

parentes eram muito ricos. Sim, Nicolaus de Federmann se lançaria pelos Senhores de Tharsis. O plano<br />

parecia simples: haveria de transportar a seis deles; três eram Cavaleiros e seria fácil contrata-los; outros<br />

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