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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

Em termos práticos, a Estratégia que Felipe IV se propunha a implementar consistia na execução<br />

dos três princípios mencionados mediante três feitos políticos correspondentes. Explicarei agora, na<br />

ordem, o modo como Felipe IV entendia tais princípios, vinculados à Função Régia, e logo mostrarei<br />

como seus atos políticos respondiam fielmente à Estratégia Hiperbórea dos Domini Canis.<br />

Primeiro: Ocupação do espaço real. Esse princípio admite vários graus de compreensão;<br />

obviamente, no caso da Função Régia, a ocupação deve incluir essencialmente o território do Reino.<br />

Mas quem deve ocupar as terras do Reino? O Rei do Sangue e a Casa reinante, em nome da<br />

comunidade racial, quer dizer, do Espírito, que isso é que é um povo do Pacto de Sangue.<br />

Porque o Rei, segundo se disse, é “a Voz do povo”, “sua Vontade individualizada”; o Rei deve<br />

ocupar o território do Reino para que se concretize a soberania popular. O sistema feudal patrimonial,<br />

produto do Pacto Cultural, atentava contra a Função Régia pois mantinha o Rei separado do povo: o<br />

povo medieval, de fato, devia obediência direta aos Senhores Territoriais, e estes, ao Rei; e o Rei só podia<br />

se dirigir ao povo através dos Senhores feudais. Por isso Felipe IV sancionaria uma lei que obrigava, a<br />

todo o povo da França, a jurar fidelidade diretamente ao Rei, sem intermediários de nenhuma classe:<br />

“nada material pode se interpor entre o Rei do Sangue e o Povo”. Em síntese, a<br />

Ocupação do Reino, pelo Rei, “é” a Soberania.<br />

Segundo: aplicar o princípio do Cerco no espaço real ocupado. No grau mais<br />

superficial do significado, se refere também à área territorial: a área própria deve ser isolada<br />

estrategicamente do domínio inimigo por meio do princípio do Cerco; isso supõe, em todo caso, a definição<br />

de uma fronteira estatal. Mas esse segundo passo estratégico é o que concede realidade ao conceito de<br />

“Nação”: de acordo com o Pacto de Sangue, um povo, de Origem, Sangue e Raça comuns,<br />

organizado como Estado Soberano, e ocupando e cercando as terras de seu<br />

Reino, constitui uma Nação. Dentro do cerco está a Nação; fora, o Inimigo. Entretanto, tal<br />

separação ideal pode ser alterada por diversos fatores e não é sem luta que se chega a concretizar a<br />

aplicação do princípio do Cerco e dar nascimento à nacionalidade: pode ocorrer, como se verá em seguida,<br />

que a área do Cerco exceda, em certos estratos do espaço real, a área territorial, e invada o espaço de<br />

outras nações; mas pode ocorrer também que o Inimigo exterior penetre na área estatal própria e ameace<br />

interiormente a Nação. Isto não é difícil dada a natureza cultural do Inimigo, vale dizer, procedente<br />

do Pacto Cultural: o “Inimigo Exterior” é também o “Inimigo Interior” porque o<br />

Inimigo é Uno, é O Uno e seus representantes, ou seja, o Inimigo carece de<br />

nacionalidade, ou melhor colocado, é “internacional”; o Inimigo desconhece o<br />

princípio de Cerco e não respeita fronteiras de nenhuma espécie pois todo o<br />

mundo para ele é seu campus belli: e nesse campo de guerra universal, onde tenta impor<br />

sua vontade, estão incluídas as Nações e os povos, as cidades e os claustros, as<br />

Culturas que dão sentido ao homem, e o fértil campo de sua Alma. Compreende-se<br />

então que o princípio do Cerco é um conceito mais extenso que o sugerido à primeira vista e que só sua<br />

exata definição e aplicação permitem descobrir o Inimigo.<br />

O princípio se refere na verdade a um Cerco estratégico, cuja existência depende somente da Vontade<br />

de quem o aplique e sustente. Por isso o Cerco abarca múltiplos campos, e não é meramente territorial:<br />

uma área ocupada pode ser efetivamente cercada, mas tal área geográfica não é<br />

nada mais que a “aplicação” do princípio do Cerco; não é o Cerco estratégico em si.<br />

O Cerco estratégico não descreve jamais uma área geográfica, nem sequer<br />

geométrica, mas carismática. Isso se comprova claramente no caso da Nação. Os membros de uma<br />

Nação admitem muitas fronteiras nacionais ademais de geográficas: os limites territoriais da Babilônia<br />

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