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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

- Sim – respondi – Fui informado em Berlim. O que me intriga é como você sabe,<br />

de que meios se vale para conhecer em todo momento a localização da expedição de<br />

Schaeffer.<br />

- Não é nenhum segredo, nem se trata de nenhum procedimento misterioso ou<br />

sobrenatural: é espionagem pura e simples; o caso mais clássico de espionagem que se<br />

estuda no Curso de Segurança. Como você já sabe, a Operação Altwesten se formou na<br />

Alemanha, foi infiltrada pelo S.D. Temos ali dois homens do Serviço Secreto que não<br />

despertam suspeita alguma no desconfiado Schaeffer. Contudo, eles nada poderiam fazer<br />

senão contássemos a nosso favor com o apoio do Círculo Kâula, cujos tentáculos se<br />

estendem por todo Tibet. São os fiéis kâulikas quem transportam as mensagens de<br />

nossos espiões através do Himalaia e nos facilitam permanentemente a localização da<br />

expedição. Já lhe disse, Von Subermann, que nestes países os kâulikas são muito<br />

temidos, e sua fama favorece a colaboração dos supersticiosos do povo. Fama que, neste<br />

sentido, eles não desmerecem em absoluto, pois mais que ascetas são monges guerreiros<br />

e os traidores podem estar seguros de que cedo ou tarde morrerão em suas mãos. Assim,<br />

pois, uma vasta rede de espionagem se tem estendido em torno do nosso objetivo.<br />

Convém que saiba, Von Subermann, que o Dharma Rajá, o Chefe espiritual de<br />

todo país do Butão, é secreto partidário do Círculo Kâula e por isso destinou o Palácio<br />

contíguo como residência de Inverno. Odeia intensamente aos ingleses, aos que<br />

considera “representantes dos Demônios”, e ordenou que se nos preste a maior ajuda<br />

possível enquanto permanecermos em seu País. O segundo homem importante é o Déb<br />

Rajá, a quem se tem encarregado da Administração e dos assuntos de Estado, pelo que<br />

deve permanecer em Punakha e suportar aos ingleses, aos que odeia tanto como o<br />

Dharma Rajá. De todo modo, nós contamos com salvo-condutos oficiais que nos<br />

permitirão chegar ao Tibet e ainda nos movermos nesse país, apresentando-nos como<br />

funcionários e comerciantes ao serviço do Rajá.<br />

- Conforme o dito - prosseguiu Von Grossen – dispomos de muito pouco tempo.<br />

Deveríamos partir amanhã mesmo se fosse possível. Ernest Schaeffer saiu de Lhasa há<br />

três semanas, seguindo a rota para Chamdo, mas sua marcha é lenta, pois não deseja que<br />

algum mal entendido malogre sua visita a Chang Shambala: sabe que seus movimentos<br />

são permanentemente vigiados, desde a Torre Kampala. Sua cautela se torna mais<br />

compreensível, também, considerando que teve de permanecer um ano em Lhasa, no<br />

Palácio do Dalai Lama, até que recebeu a autorização para se aproximar de Chang<br />

Shambala. Deve, todavia, atravessar o Portal e persuadir seus Guardiões de que, em<br />

efeito, contam com o aval dos Mestres. Compreende-se, então, que trate de evitar erros e<br />

se aproxime lentamente a seu infernal destino.<br />

Por nossa parte, devemos partir o quanto antes, pois se aproxima o Inverno e<br />

logo dois pontos do Himalaia se converterão em glaciais. Contudo, uma vez no Tibet,<br />

nos separaremos da rota comercial tomada por Schaeffer e adiantaremos jornadas até<br />

alcançá-los.<br />

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