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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

A punhalada pelas costas significava comprometer o Reino de Aragão em uma guerra com a França,<br />

o que Pedro III justamente procurava evitar. Crêem os Golen que a presença de Pedro III em Aragão<br />

deixará a Sicília livre para Carlos de Anjou tentar uma nova invasão. Mas a ilha, protegida pela<br />

armada catalã, se converteu numa Fortaleza inexpugnável: Pedro III se retira tranquilamente para<br />

Aragão em 1283 deixando a defesa nas mãos do temerário e afortunado almirante Roger de Lauría.<br />

Carlos de Anjou possui a segunda frota importante do Mediterrâneo, financiada pela Ordem cisterciense<br />

da Provença, pelo Reino de Nápoles e o Papa, quem não consegue planejar uma tática coerente para<br />

enfrentar Roger de Lauría, quem em sucessivos choques os vai destroçando inexoravelmente. Logo de<br />

afundar alguns navios e capturar outros, se apodera das ilhas de Malta, Gozo e Lípari; depois se dirige<br />

a Nápoles e arma uma cilada aos franceses mostrando apenas uma parte de sua esquadra. Carlos de<br />

Anjou está ausente e seu filho, Carlos o Coxo, Príncipe de Salerno, decide responder ao desafio pensando<br />

em uma vitória fácil. Lança-se então em perseguição dos catalães com todas as galeras disponíveis,<br />

chocando pouco a pouco com o resto da armada inimiga. Foi aquela a batalha naval mais importante da<br />

época, na qual Roger de Lauría pôs a pique grande número de galeras francesas, capturou outras tantas,<br />

e só muito poucas conseguiram escapar. Essa sorte não teve a nau capitã, que foi capturada por Roger<br />

em pessoa e na qual se achavam Carlos o Coxo, Jacob de Bruson, Guilherme Stendaro e outros<br />

valorosos Cavaleiros provençais e italianos. O filho de Carlos de Anjou é levado prisioneiro para a<br />

Sicília, onde todos reclamam sua execução em vingança pela morte de Conradino; no entanto, ó mistério<br />

da nobreza espiritual hiperbórea, é a Rainha Constança quem o salva e manda que o confinem em<br />

Barcelona.<br />

Dias depois da derrota de seu filho chega Carlos de Anjou a Gaeta mas não se atreve a atacar os<br />

espanhóis; essa indecisão é aproveitada por Roger para atacar a guarnição de Calábria e conseguir várias<br />

praças continentais; em curto tempo a Sicília possui um Governador na Calábria que ameaça, agora por<br />

terra, o domínio francês em Nápoles. Mas quando Carlos decide enviar o resto de sua armada para as<br />

costas da Provença, para apoiar o avanço do Rei da França, suas naves são tomadas entre dois fogos<br />

frente à Saint Pol e derrotadas completamente por Roger de Lauría: esse desastre, que custou sete mil<br />

vidas francesas, representou o fim do poderio naval de Carlos de Anjou.<br />

A tudo isso, Martim IV descarrega em 1284 o golpe que, pensa, será mortal para o aragonês:<br />

mediante uma Bula oferece as investiduras de Aragão, Catalunha e Valencia ao Rei da França para<br />

um de seus filhos não primogênito. Aceita Felipe III em nome de seu filho Carlos de Valois e se apressa<br />

para invadir Aragão. A gigantesca aventura guerreira será financiada agora por toda a Igreja da<br />

França. E, como no tempo dos Cátaros, Martim IV publica uma Cruzada contra o excomungado Rei<br />

de Aragão: as ordens beneditina, cluniacense, cisterciense e Templária, agitam a Europa inteira<br />

chamando a combater por Cristo, a se cruzar contra a abominável heresia gibelina de Pedro III. Logo<br />

Felipe III, que também é Rei de Navarra, reúne nesse país um exército integrado por duzentos e<br />

cinqüenta mil infantes e cinqüenta mil ginetes, formado principalmente por franceses, picardos,<br />

tolosanos, lombardos, bretões, flamencos, borguinhões, provençais, alemães, ingleses, etc.<br />

Com o concurso de quatro monges tolosanos que revelam a Felipe III um passo secreto pelos Pirineus,<br />

os Cruzados invadem a Catalunha em 1285. Rodeando o Rei, e o animando permanentemente, vão os<br />

principais Golen cistercienses, que consideram essa guerra questão de vida ou morte para seus planos de<br />

dominação mundial: dificilmente aquele Rei, que de modo algum merecia o apodo “O Atrevido”, teria se<br />

lançado na aventura da cruzada sem a insistência sustentada de Martim IV e a pressão dos Golen<br />

franceses. O legado papal adverte a Pedro III que “deve obedecer ao Pontífice e entregar<br />

seus reinos ao Rei da França”, ao que o aragonês responde: “é fácil tomar e dar Reinos<br />

que nada lhe custaram. O meu, comprado com o sangue de meus avós, deverá<br />

ser pago pelo mesmo preço”. Na Catalunha a resistência se torna encarniçada; todas as classes<br />

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