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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

Depois de lavar o rosto com água fria e disposto a aguardar Oskar, fiquei num<br />

canto solitário do enorme ginásio. Estava mais calmo quando chegou meu kamerad.<br />

- Oi Kurt – disse – vejo que está melhor.<br />

- Sim, Oskar. Já passou tudo. Sinto ter me descontrolado, mas os insultos do<br />

Professor não me deixaram outra alternativa. O que queria me dizer? – perguntei<br />

friamente, pois ignorava sua posição sobre o ocorrido. - Ouça bem, Kurt, -<br />

disse – Você é meu amigo, o único em quem posso confiar. Fui escolhido por Ernest<br />

Schaeffer provavelmente por um equívoco, pois nada me une a ele e a seu grupo. Cada<br />

dia que passa, mais dou conta que há algo errado em tudo isso, mas vivo disfarçando,<br />

levado pelo desejo egoísta de partir na missão na Ásia e obter o benefício profissional<br />

que reportará a todos os membros. Quero contar com sua plena confiança para que me<br />

aconselhe, mas você deve prometer que não dirá a ninguém o que vou contar. Pode ser,<br />

Kurt? Posso confiar em você?<br />

- Sabe que si Oskar- -disse aliviado – na segurança de que ninguém terá<br />

conhecimento de nossa conversa nem de seu conteúdo.<br />

- Aceito sua palavra, Kurt – me deu a mão para selar o pacto – Há em todo esse<br />

assunto vários pontos extraordinários. O primeiro é o lugar da missão: o Tibet.<br />

Evidentemente nos equivocamos quando presumimos que se tratava de uma expedição<br />

de espionagem. No Tibet não há nada para espionar, ali se vai buscar outra coisa. Tem<br />

mais. Tampouco é claro o critério usado na seleção de nosso grupo, pois não foram<br />

eleitos os melhores, mas os mais obsequiosos com o Professor Schaeffer. O que me diz<br />

disso, Kurt?<br />

- Depois do incidente que tive hoje, não posso opinar imparcialmente sobre ele,<br />

mas admito que haja algo anormal em tudo isso – disse refletindo sobre o que me<br />

confiava Oskar.<br />

- Se eu tinha alguma dúvida – continuou – esta se dissipou quando discutiu com<br />

você. Ele não te rejeitou por algum motivo profissional, mas porque algo em você, algo<br />

espiritual, poderia fazer fracassar a missão. E esse algo é para ele sumamente odioso.<br />

Não gosto nada dessa loucura. Acha que devo renunciar ao grupo?<br />

- Já não sei distinguir o bom do mau – disse com tristeza – mas vejo uma boa<br />

razão para que continue na missão do Tibet: você é a única pessoa sã desse grupo e<br />

alguém deve contaras coisas como são na volta da viagem!<br />

Oskar rio com minha resposta.<br />

- Entendo sua colocação – disse – mas penso que é você quem tenha a<br />

consciência do que se passa.<br />

Sentia-me grato pela confiança de Oskar.<br />

- Outra coisa Kurt – continuou – Sei que deixará os acontecimentos de hoje<br />

passarem e logo esquecerá, pois assim é seu caráter generoso, mas desta vez serei eu a te<br />

aconselhar: fale com seu Tutor e conte a ele todo o ocorrido de hoje! Dizem coisas<br />

incríveis sobre os poderes espirituais de Rudolph Hess, ninguém melhor que ele para<br />

analisar a inqualificável atitude de Ernest Schaeffer. Promete que pensará no assunto,<br />

pelo menos.<br />

- Pensarei, pensarei – disse surpreso pela sugestão de Oskar – Prometo, ainda que<br />

só verei o taufpate dentro de um mês, na graduação.<br />

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