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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

- Von Subermann – disse com violência – devo agradecer sua boa vontade, mas<br />

você é a última pessoa que eu levaria à Ásia, entendeu? - Não, Herr Professor -<br />

continuei, pois realmente não compreendia o motivo pelo qual o Professor Schaeffer me<br />

odiava até chegar ao extremo de não poder dissimular.<br />

- Não entende Von Subermann? - começou a gritar de forma descontrolada. –<br />

Pois bem, o direi com todas as letras. Você é uma pessoa sinistra, portadora de uma<br />

marca infame. Sua presença é uma afronta em qualquer âmbito espiritual, uma afronta<br />

a Deus, que em sua infinita misericórdia lhe permite viver entre os homens. Devia se<br />

marginalizado, apartado de nos, ou melhor, exterminado como um rato, porque você,<br />

Von Subermann, contamina de pecado tudo quanto lhe rodeia. Você... – Continuava<br />

Ernest Schaeffer com seus insultos, totalmente fora de si e eu, que num primeiro<br />

momento havia ficado assombrado ao ouvir uma alusão ao Signo, estava reagindo<br />

rapidamente.<br />

Sem pensar, disparei o punho da mão direita na cara do Professor, em pleno<br />

queixo. O golpe foi bastante forte, pois o enviou estonteado, vários metros, sobre as<br />

carteiras as sala de aula. Os seis estudantes, alertados pelos gritos de Schaeffer, correram<br />

apressadamente em seu socorro e, enquanto quatro deles o ajudavam a levantar-se,<br />

outros dois me sujeitavam para evitar que voltasse a pega-lo.<br />

Estava enfurecido, pois a agressão do Professor me havia ferido profundamente.<br />

Eu era inocente, nada sabia de Marcas nem Signos, estudava com meus esforços postos<br />

em buscar o bem da pátria e isso era sem nenhuma dúvida, um fim nobre.<br />

Não entendia o ódio do Professor Schaeffer nem seu desejo de que me<br />

“exterminassem como um rato”.<br />

- Obviamente está louco – pensava enquanto era arrastado pelos alunos<br />

escolhidos de Ernst Schaeffer.<br />

- Levem-no! Tirem-no da minha vista! – gritava completamente fora de si – É um<br />

mentiroso e um homicida! Disse não entender, mas no fundo de seu coração sabe de<br />

tudo, porque é a imagem de Lúcifer tentador! Seu propósito é destruir nossa missão com<br />

sua presença maldita! Minutos depois ainda soavam em meus ouvidos as<br />

absurdas acusações de Ernst Schaeffer: Homicida, mentiroso, marca infamante, Lúcifer...<br />

Deus, o que é isso?<br />

- Está bem Kurt? – Um dos “escolhidos” me sacudia pelos ombros, tentando me<br />

fazer reagir. Olhei, cego ainda pela fúria e pelo desconcerto da atitude do Professor me<br />

havia provocado, e o reconheci. Era Oskar Feil, um bom camarada originário da Vilna,<br />

Letônia. Ambos travamos amizade nos primeiros anos em NAPOLA, quando por<br />

nosso caráter “estrangeiro” éramos o objeto das brincadeiras de nossos camaradas<br />

alemães.<br />

- Kurt, se tranqüiliza – disse Oskar – Devo voltar à aula, mas tenho que falar com<br />

você. Espere-me no ginásio dentro de meia hora.<br />

Vi-o afastar-se e sacudi a cabeça tratando de sair desse pesadelo. Não sabia que<br />

Oskar formava parte do grupo selecionado por Ernest Schaeffer nem suspeitava sobre o<br />

que queria falar, mas o esperaria, pois ele era um dos poucos amigos que tinha em Lissa.<br />

Contudo, essa meia hora de espera seria tão longa como um século, pois meu estado de<br />

ânimo me levava a ir=me imediatamente dali e retornar a Berlim, assentamento da<br />

Flieger H.J.<br />

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