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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

debilitada de algum modo de seu Poder de Vôo e um deles foi afetado pela Força do<br />

Dordje. Mas se não sabíamos o quanto iriam viver, em compensação posso responder<br />

por que um deles continuou vivo depois do vôo lung-svadi: deve-se às leis particulares<br />

que regem sua reprodução.<br />

Vós haveis raciocinado certo, mas não contemplastes as leis da reprodução. Ao<br />

ser uma parelha perfeita, arquetipicamente equilibrada, os dois cães, em efeito, deveriam<br />

morrer ao uníssono. Mas a lei da reprodução estabelecida pelos Gurus exige que<br />

antes da desintegração, a parelha emprenhe e dê à luz outro par de cães daivas. O<br />

processo seria, pois, o seguinte: a morte de qualquer um deles significará a automática<br />

metamorfose do outro num exemplar andrógino, é como se um dos princípio<br />

arquetípicos, que se achava manifestado fora, se incorporasse dentro do sobrevivente, e<br />

o que vive levará em seu seio o gérmen de uma nova parelha de cães daivas o qual<br />

crescerá, amadurecerá e nascerá. Então, depois disso, o exemplar antigo se desintegrará<br />

fatalmente. Compreendeis agora porque vive um deles? Assenti, aliviado ao<br />

saber que em pouco tempo recuperaria a parelha de cães daivas.<br />

- Pois bem – acrescentou Srivirya – então não esqueçais que nesse período,<br />

enquanto o cão andrógino se encarrega de gerar a nova parelha, deveis referir-vos a ele<br />

com o nome de “Vruna”, posto que é a unidade de Kula e Akula.<br />

Voltei a assentir, dado que aquilo era indubitavelmente lógico. Nisso rompeu Von<br />

Grossen.<br />

- Por Deus, Von Subermann! Sempre os malditos cachorros! Preocupa-se pela<br />

morte de um cão? E nossos Camaradas? Comunicou-se suas suspeitas de que também<br />

morreram: pois devia afligir-se por eles! E tampouco sabe onde estamos. Isso tratava de<br />

averiguar com os tibetanos quando você me interrompeu para falar dos condenados<br />

mastins.<br />

Decidi não responder à injustas acusações de Von Grossen.<br />

- Nada sabemos nós sobre o lugar ao que nos trouxe o Shivatulku –intercedeu<br />

Srivirya – A ele cabe responder, pois somente ele conhece a ordem que deu aos cães<br />

daivas.<br />

A Von Grossen se lhe descompôs a expressão do rosto ao verificar que o tema<br />

dos cães era indissolúvel. Eu não tive que refletir para expor uma questão que me<br />

intrigava desde que recobrar o conhecimento daquela praia.<br />

- A Sining! Eu ordenei aos cães ir a Sining. Foi o primeiro lugar que me ocorreu,<br />

seguramente porque os dois monges que guiavam aos holitas afirmaram que dali nos<br />

ajudariam a chegar a Shangai. Não sei porque os cães daivas não nos conduziram a<br />

Sining.<br />

–¡Oh, que estranha é a mente do Shivatulku! – exclamou Srivirya, que não podia<br />

conceber que meus atos fossem simplesmente estúpidos, como na verdade o eram – Se<br />

desejavas ir a Shangai, por que não mandar aos cães que conduzissem diretamente para<br />

lá, em lugar de solicitar Sining, situada 2000 km antes? Incompreensíveis são os<br />

Desígnios dos Deuses! Pois agora que os cães daivas estão em processo de reprodução<br />

não poderei empregá-los há mais um vôo lung-svipa: somente os futuros cachorros,<br />

algum dia, vos levarão através do Tempo e do Espaço. Claro que agora sabemos onde<br />

estamos. Qual Sining havei traduzido em vossa ordem?<br />

- Como qual Sining? Não entendo a que se refere - declarei, temendo ouvir o que<br />

viria.<br />

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