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MBV - Octirodae Brasil

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“O Mistério de Belicena Villca”<br />

da Suábia e a Causa gibelina. Toma o nome de Martim IV e imediatamente desata uma terrível<br />

perseguição de gibelinos em toda a Itália: claro que os Golen suspeitam que algo se trame contra Carlos e<br />

tentam detê-lo. Martim IV é um típico expoente da mentalidade Golen, a que então se chamava<br />

impropriamente “güelfa”: da postura fanática de Gregório VII e Inocêncio III, possui ademais a<br />

crueldade de um Arnauld Amalric; por sua instância as matanças, violações e saques se sucedem sem<br />

parar, submetendo os sicilianos a um regime de terror insuportável: no fim a própria Roma acaba por se<br />

rebelar. Mas em 1282 esse estado de coisas provoca seu fim na Sicília. Durante a celebração da páscoa,<br />

em 30 de março, um soldado francês tenta abusar de uma jovem siciliana em Palermo e ao grito de<br />

“morram os franceses” estala a insurreição geral: os franceses são exterminados em Palermo,<br />

Trápani, Corleone, Siracusa e Agrigento; em um dia morrem oito mil e o resto deve fugir<br />

precipitadamente da ilha. Ao fim de um mês não se achava um francês vivo em toda a Sicília.<br />

Foram aquela reações populares as famosas “Vésperas Sicilianas” que não ocorreram por acaso mas<br />

que nesses dias tinha zarpado de Barcelona Pedro III com sua poderosa armada e se achava na África,<br />

a curta distância da Sicília. Seus projetos, largamente elaborados, se levaram a cabo com grande<br />

precisão; em junho avista vários navios sicilianos: são embaixadores de Palermo que vêm oferecer a<br />

Coroa da Sicília ao Rei de Aragão e à Rainha Constança. Pouco depois desembarca na ilha, em meio<br />

ao júbilo geral do povo, que se via com esse ato de soberania livre para sempre da dominação francesa e<br />

güelfa. Não se tratava pois de invasão mas de uma legítima eleição real: o povo siciliano, libertado por<br />

seus próprios meios da dominação francesa, escolhia seus próprios reis, restaurando assim os direitos<br />

antigos da Casa da Suábia na pessoa da neta de Frederico II. Mas os Golen não engolem o anzol.<br />

Observe, Dr. Siegnagel, que novamente os Golen pareciam ter ganhado o jogo: não existiam mais os<br />

hereges cátaros, nem se deixava sentir a presença do Gral, nem havia um pretenso Imperador Universal<br />

como Frederico II que disputasse com o Papa o Poder Espiritual, nem sequer havia um Rei na<br />

Alemanha, e sim um Rei na França, Felipe III, completamente controlado pela Igreja e uma Sinarquia<br />

Financeira Templária em plena marcha, um Rei francês, Carlos de Anjou, ocupando as Sicílias e<br />

mantendo na coleira os luciféricos gibelinos. Mas logo o Golpe de Pedro III, que eles não podiam prever<br />

pois era um produto da Alta Estratégia dos Domini Canis, faria ressurgir o perigo do gibelinismo e<br />

ameaçava com fracasso os planos da Fraternidade Branca. Os Golen não o permitiriam impunemente.<br />

Em novembro deste ano, Martim IV fulmina a excomunhão contra Pedro III e o coage a se retirar<br />

da Sicília e amar Carlos de Anjou, fiel vassalo do Papa. Ante a indiferença do aragonês<br />

repete a excomunhão em janeiro e março de 1283, preparando a mão para dar uma punhalada pelas<br />

costas: na última bula, com efeito, a forma que o Reino de Aragão era vassalo do Papa pelo<br />

compromisso de Pedro II, avô de Pedro III morto na batalha de Muret, e que o Pontífice tem a faculdade<br />

de nomear como Rei quem melhor lhe parecer; tira pois a Coroa ao aragonês excomungado e priva dos<br />

sacramentos da Igreja aos povos e lugares que lhe obedecerem. O plano Golen era travar uma<br />

luta até a morte contra Pedro III e conseguir o Domínio da França por trás do<br />

domínio de Aragão: seria o passo prévio para que um Rei da Igreja fosse elevado<br />

ao trono de um Governo Mundial, apoiado pela Sinarquia Financeira Templária,<br />

e preparar os meios para instaurar a Sinarquia Universal.<br />

Nesse plano, evidentemente, os Golen subestimam Pedro III. Na verdade todos se equivocam com o<br />

aragonês pois ignoram a força espiritual que desenvolveu por influência de João de Prócida e os Domini<br />

Canis. Mas este pronto demonstra possuir um valor a toda prova; uma intrepidez sem limites; uma<br />

lealdade inquebrantável aos princípios da Sabedoria Hiperbórea, isto é, à herança do Sangue Puro de<br />

sua Estirpe, que lhe concede o direito divino de reinar sem pedir contas a ninguém mais que Si Mesmo; e<br />

um monolítico senso de Honra, que dita seu Espírito, e o impulsiona a lutar até a morte por seu ideal,<br />

sem claudicar jamais. Formidável inimigo é o que os Golen provocaram essa vez.<br />

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