Volume 3 Parte 1 - Portal do Professor - Ministério da Educação
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IV - Princípios e fun<strong>da</strong>mentos <strong>do</strong>s Referenciais Curriculares<br />
Importância <strong>da</strong> aprendizagem<br />
de quem ensina<br />
Quem ensina é quem mais precisa aprender.<br />
Esse é o primeiro princípio destes Referenciais.<br />
Os resulta<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s avaliações externas<br />
realiza<strong>da</strong>s na última déca<strong>da</strong>, entre as<br />
quais o SAEB, a PROVA BRASIL, o ENEM e<br />
agora o SAERS, indicam que os esforços e recursos<br />
aplica<strong>do</strong>s na capacitação em serviço<br />
<strong>do</strong>s professores não têm impacta<strong>do</strong> positivamente<br />
o desempenho <strong>do</strong>s alunos. Essa falta<br />
de relação entre educação continua<strong>da</strong> <strong>do</strong><br />
professor e desempenho <strong>do</strong>s alunos explicase<br />
pelo fato de que os conteú<strong>do</strong>s e formatos<br />
<strong>da</strong> capacitação nem sempre têm referência<br />
naquilo que os alunos desses professores<br />
precisam aprender e na transposição didáticas<br />
desses conteú<strong>do</strong>s.<br />
Dessa forma, estes Referenciais têm como princípio<br />
demarcar não só o que o professor vai ensinar,<br />
mas também o que ele precisa saber para<br />
desincumbir-se a contento <strong>da</strong> implementação <strong>do</strong><br />
currículo e, se não sabe, como vai aprender.<br />
É por esta razão que, diferentemente de<br />
muitos materiais didáticos que começam pelos<br />
livros, cadernos ou apostilas destina<strong>da</strong>s<br />
aos alunos, estes Referenciais começam com<br />
materiais destina<strong>do</strong>s aos professores. Tratase<br />
não de repetir os acertos ou desacertos<br />
<strong>da</strong> formação inicial em nível superior, mas de<br />
promover a aderência <strong>da</strong> capacitação <strong>do</strong>s<br />
professores aos conteú<strong>do</strong>s e meto<strong>do</strong>logias<br />
indica<strong>do</strong>s nos Referenciais.<br />
E como devem aprender os que ensinam A<br />
resposta está <strong>da</strong><strong>da</strong> nos próprios Referenciais:<br />
em contexto, por áreas e com vinculação à<br />
prática. Se a importância <strong>da</strong> aprendizagem<br />
de quem ensina for observa<strong>da</strong> no trabalho<br />
escolar, os Referenciais devem ser base para<br />
decidir ações de capacitação em serviço para<br />
a equipe como um to<strong>do</strong> e para os professores<br />
de distintas etapas e disciplinas <strong>da</strong> educação<br />
básica. E os princípios <strong>do</strong>s Referenciais devem<br />
orientar as estratégias de capacitação em nível<br />
escolar, regional ou central.<br />
Aprendizagem como<br />
processo coletivo<br />
Na escola, a aprendizagem de quem ensina<br />
não é um processo individual. Mesmo<br />
no merca<strong>do</strong> de trabalho corporativo, as instituições<br />
estão valorizan<strong>do</strong> ca<strong>da</strong> vez mais a<br />
capaci<strong>da</strong>de de trabalhar em equipe. A vantagem<br />
<strong>da</strong> educação é que poucas ativi<strong>da</strong>des<br />
humanas submetem-se menos à lógica <strong>da</strong><br />
competitivi<strong>da</strong>de quanto a educação escolar,<br />
particularmente a <strong>do</strong>cência. O produto <strong>da</strong><br />
escola é obrigatoriamente coletivo, mesmo<br />
quan<strong>do</strong> o trabalho coletivo não é uma estratégia<br />
valoriza<strong>da</strong>.<br />
Diante <strong>do</strong> fracasso <strong>do</strong> aluno, a responsabili<strong>da</strong>de<br />
recai em algum coletivo – o governo,<br />
a educação em geral ou a escola, dificilmente<br />
sobre um professor em particular. Na <strong>do</strong>cência,<br />
o sucesso profissional depende menos<br />
<strong>do</strong> exercício individual <strong>do</strong> que em outras<br />
ativi<strong>da</strong>des, como, por exemplo, as artísticas,<br />
a medicina, sem falar em outras mais óbvias,<br />
como a publici<strong>da</strong>de, ven<strong>da</strong>s ou gestão <strong>do</strong> setor<br />
produtivo priva<strong>do</strong>. Os professores atuam<br />
em equipe mesmo que não reconheçam.<br />
Esse caráter coletivista (no bom senti<strong>do</strong>)<br />
<strong>da</strong> prática escolar quase nunca é aproveita<strong>do</strong><br />
satisfatoriamente. Ao contrário, muitas<br />
vezes, serve de escu<strong>do</strong> para uma responsabilização<br />
anônima e diluí<strong>da</strong>, porque, embora<br />
to<strong>do</strong>s sejam responsabiliza<strong>do</strong>s pelo fracasso,<br />
poucos se empenham coletivamente<br />
para o sucesso. Espera-se que estes Referenciais<br />
ajudem a reverter essa situação,<br />
servin<strong>do</strong> como base comum sobre a qual<br />
estabelecer, coletivamente, metas a serem<br />
alcança<strong>da</strong>s e indica<strong>do</strong>res para julgar se o foram<br />
ou não e o porquê. Sua organização por<br />
áreas já é um primeiro passo nesse senti<strong>do</strong>.<br />
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MATEMATICA ENSINO FUNDAMENTAL V3.indd 19 24/8/2009 15:45:09