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Volume 3 Parte 1 - Portal do Professor - Ministério da Educação

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Lições <strong>do</strong> Rio Grande<br />

Referencial Curricular para as escolas estaduais<br />

55<br />

Mariza Abreu<br />

Secretária de Esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Educação<br />

No Brasil e no Rio Grande <strong>do</strong> Sul, hoje<br />

o principal desafio é melhorar a quali<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> educação de nossos alunos. E isso é difícil.<br />

Até algum tempo atrás, precisávamos<br />

aumentar o numero de vagas. O desafio era<br />

expandir o acesso à educação escolar. Isso<br />

era mais fácil, pois se tratava de construir<br />

uma escola, inaugurá-la e aumentar o número<br />

de matrículas.<br />

Hoje, o acesso à escola está, em grande<br />

parte, resolvi<strong>do</strong> ou relativamente encaminha<strong>do</strong><br />

em to<strong>do</strong> o País e aqui no Esta<strong>do</strong>, especialmente<br />

no ensino fun<strong>da</strong>mental e médio. Ain<strong>da</strong><br />

é problema na educação infantil, responsabili<strong>da</strong>de<br />

<strong>do</strong>s Municípios, e é também problema<br />

na educação profissional, responsabili<strong>da</strong>de<br />

<strong>do</strong>s Esta<strong>do</strong>s. Mas no ensino fun<strong>da</strong>mental no<br />

RS, é de 98% a taxa de escolarização <strong>da</strong>s<br />

crianças nas escolas estaduais, municipais<br />

ou particulares. E 77% <strong>do</strong>s jovens de 15 a 17<br />

anos estão matricula<strong>do</strong>s no sistema de ensino.<br />

É um percentual ain<strong>da</strong> pequeno quan<strong>do</strong><br />

compara<strong>do</strong> com a meta de escolarizar no<br />

mínimo 98% também <strong>da</strong> população nessa<br />

faixa etária. E muitos desses jovens ain<strong>da</strong> estão<br />

atrasa<strong>do</strong>s, cursan<strong>do</strong> o ensino fun<strong>da</strong>mental.<br />

Entretanto, soma<strong>da</strong>s as vagas nas escolas<br />

públicas e particulares <strong>do</strong> ensino médio, há<br />

vaga para to<strong>do</strong>s os jovens de 15 a 17 anos<br />

residentes no Rio Grande <strong>do</strong> Sul.<br />

É ver<strong>da</strong>de que existe problema na distribuição<br />

geográfica dessas vagas. Às vezes<br />

faltam vagas em alguns lugares e há excesso<br />

noutros, principalmente nas ci<strong>da</strong>des grandes<br />

e mais populosas, naquelas que recebem<br />

população de outras regiões ou de fora <strong>do</strong><br />

Esta<strong>do</strong>. Às vezes, nas ci<strong>da</strong>des grandes, falta<br />

em alguns bairros e sobra em outros. E no<br />

ensino médio, há ain<strong>da</strong> o problema de inadequação<br />

entre os turnos, com falta de vagas<br />

no diurno.<br />

Mas o grande desafio em to<strong>do</strong> o Brasil e<br />

no Rio Grande <strong>do</strong> Sul é a falta de quali<strong>da</strong>de<br />

<strong>da</strong> educação escolar ofereci<strong>da</strong> às nossas<br />

crianças e jovens. Colocamos muitos alunos<br />

na escola e os recursos públicos destina<strong>do</strong>s<br />

à escola pública não aumentaram na mesma<br />

proporção e, em consequência, caiu a quali<strong>da</strong>de,<br />

as condições físicas <strong>da</strong>s escolas pioraram,<br />

baixou o valor <strong>do</strong>s salários <strong>do</strong>s professores,<br />

cresceram as taxas de reprovação e<br />

repetência e reduziu-se a aprendizagem.<br />

Melhorar a quali<strong>da</strong>de é muito mais difícil.<br />

Em primeiro lugar, ninguém tem a fórmula<br />

pronta, pois, para começar, já não é<br />

tão simples conceituar, nos dias de hoje, o<br />

que é quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> educação. Depois, não<br />

é palpável, não se “pega com a mão”, como<br />

escola construí<strong>da</strong> e número de alunos matricula<strong>do</strong>s.<br />

E depois, não é tão rápi<strong>do</strong>.<br />

Construir escola é possível de se fazer no<br />

tempo de um governo e de capitalizar politicamente.<br />

Quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> educação é mais<br />

lenta no tempo, mais devagar. E tem mais um<br />

problema. De mo<strong>do</strong> legítimo, os governantes<br />

movimentam-se atenden<strong>do</strong> a deman<strong>da</strong>s <strong>da</strong><br />

população. E educação de quali<strong>da</strong>de não<br />

é ain<strong>da</strong> uma deman<strong>da</strong> de to<strong>do</strong>s. Por isso,<br />

apesar <strong>do</strong>s discursos políticos e eleitorais, na<br />

prática a educação não tem si<strong>do</strong> priori<strong>da</strong>de<br />

<strong>do</strong>s governos. Nas pesquisas de opinião, em<br />

geral, segurança, saúde e às vezes também<br />

emprego aparecem antes <strong>da</strong> educação nas<br />

preocupações <strong>da</strong> população. Isso porque já<br />

há vaga para to<strong>do</strong>s, ou quase to<strong>do</strong>s na escola<br />

pública, e, por exemplo, tem meren<strong>da</strong><br />

MATEMATICA ENSINO FUNDAMENTAL V3.indd 5 24/8/2009 15:45:00

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