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Volume 3 Parte 1 - Portal do Professor - Ministério da Educação

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com os processos produtivos caracteriza um<br />

contexto não apenas relevante, mas man<strong>da</strong>tório<br />

para tratar os conteú<strong>do</strong>s curriculares: o<br />

mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> trabalho e <strong>da</strong> produção.<br />

O destaque <strong>da</strong> relação entre teoria e prática<br />

em ca<strong>da</strong> disciplina, lembra que a dimensão<br />

<strong>da</strong> prática deve estar presente em to<strong>do</strong>s<br />

os conteú<strong>do</strong>s. A prática não se reduz a ações<br />

observáveis, experiências de laboratório ou<br />

elaboração de objetos materiais. A prática<br />

comparece sempre que um conhecimento<br />

pode ser mobiliza<strong>do</strong> para entender fatos <strong>da</strong><br />

reali<strong>da</strong>de social ou física, sempre que um<br />

conhecimento passa <strong>do</strong> plano <strong>da</strong>s abstrações<br />

conceituais para o <strong>da</strong> relação com a<br />

reali<strong>da</strong>de. A aprendizagem em contexto é a<br />

abor<strong>da</strong>gem por excelência para estabelecer<br />

a relação <strong>da</strong> teoria com a prática.<br />

As Diretrizes Curriculares Nacionais para o<br />

ensino médio assim explicam a aprendizagem<br />

em contexto: “O tratamento contextualiza<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> conhecimento é o recurso que a escola tem<br />

para retirar o aluno <strong>da</strong> condição de especta<strong>do</strong>r<br />

passivo. Se bem trabalha<strong>do</strong>, permite que,<br />

ao longo <strong>da</strong> transposição didática, o conteú<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong> ensino provoque aprendizagens significativas<br />

que mobilizem o aluno e estabeleçam<br />

entre ele e o objeto <strong>do</strong> conhecimento uma<br />

relação de reciproci<strong>da</strong>de. A contextualização<br />

evoca por isso áreas, âmbitos ou dimensões<br />

presentes na vi<strong>da</strong> pessoal, social e cultural, e<br />

mobiliza competências cognitivas já adquiri<strong>da</strong>s”<br />

(Parecer 15/98 <strong>da</strong> Câmara de Educação<br />

Básica <strong>do</strong> Conselho Nacional de Educação).<br />

Organizar situações de aprendizagem nas<br />

quais os conteú<strong>do</strong>s sejam trata<strong>do</strong>s em contexto<br />

requer relacionar o conhecimento científico,<br />

por exemplo, a questões reais <strong>da</strong> vi<strong>da</strong> <strong>do</strong> aluno,<br />

ou a fatos que o cercam e lhe fazem senti<strong>do</strong>.<br />

A Biologia ou a Química precisam fazer<br />

senti<strong>do</strong> como recursos para entender o<br />

próprio corpo e gerenciar sua saúde, para<br />

identificar os problemas envolvi<strong>do</strong>s no uso de<br />

drogas, na a<strong>do</strong>ção de dietas radicais, ou na<br />

agressão ao meio ambiente.<br />

Mas a contextualização não pode ser um<br />

fim em si mesma. Se a transposição didática<br />

se limitar ao contexto, o conhecimento constituí<strong>do</strong><br />

pode ficar refém <strong>do</strong> imediato, <strong>do</strong> senti<strong>do</strong><br />

particular <strong>da</strong>quele contexto, e essa não é<br />

a finali<strong>da</strong>de última <strong>do</strong> currículo. Como recorte<br />

<strong>da</strong> cultura humanista, científica e artística,<br />

que se sistematiza e organiza em nível mais<br />

universal e abstrato, o currículo quer, em última<br />

instância, tornar o aluno participante<br />

dessa cultura sistematiza<strong>da</strong>.<br />

Partir <strong>do</strong> que é próximo significativo e presente<br />

no mun<strong>do</strong> <strong>do</strong> aluno é uma estratégia.<br />

Seu propósito final é propiciar apropriação<br />

<strong>da</strong>quilo que, mesmo sen<strong>do</strong> longínquo, sistemático<br />

e planetário, também é intelectual e<br />

emocionalmente significativo. A contextualização,<br />

portanto, não elimina, ao contrário,<br />

requer um fechamento pela sistematização<br />

e pela abstração. Não queremos ci<strong>da</strong>dãos<br />

aprisiona<strong>do</strong>s em seu mun<strong>do</strong> cultural e afetivo<br />

próximo, queremos ci<strong>da</strong>dãos <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> no<br />

senti<strong>do</strong> mais generoso dessa expressão.<br />

Interdisciplinari<strong>da</strong>de<br />

como prática permanente<br />

A interdisciplinari<strong>da</strong>de acontece como um<br />

caso particular de contextualização. Como os<br />

contextos são quase sempre multidisciplinares,<br />

quan<strong>do</strong> o conteú<strong>do</strong> de uma determina<strong>da</strong> área<br />

ou disciplina é em contexto, é quase inevitável<br />

a presença de outras áreas de conhecimento.<br />

Um conteú<strong>do</strong> de história, por exemplo, no contexto<br />

de um lugar, instituição ou tempo específico,<br />

depara-se com questões de geografia, de<br />

meio ambiente, de política ou de cultura. Nessa<br />

aprendizagem em contexto trata-se não apenas<br />

de aprender fatos históricos, mas de entender<br />

relações <strong>do</strong> tipo: como os recursos naturais determinaram<br />

a história <strong>do</strong>s povos e o que aconteceu<br />

quan<strong>do</strong> esses recursos se esgotaram; ou<br />

como a história de um lugar foi determina<strong>da</strong><br />

por seu relevo ou bacia hidrográfica. Esse entendimento<br />

inevitavelmente requer conhecimentos<br />

de biologia e geografia para aprender o que<br />

são os recursos naturais e entender o território<br />

como determinante desses recursos.<br />

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MATEMATICA ENSINO FUNDAMENTAL V3.indd 23 24/8/2009 15:45:09

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