10.07.2015 Views

Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

línguas faladas - <strong>no</strong> su<strong>do</strong>este <strong>do</strong> Amazonas,<strong>no</strong>s altos rios Juruá, Jutaí e Javari -pelos Katukina <strong>do</strong> rio Biá, pelos Txunhuã--djapá e pelos Kanamarí.A família Tuká<strong>no</strong> apresenta <strong>do</strong>is ramosprincipais, ambos ao <strong>no</strong>rte <strong>do</strong> rio Amazonas:o Tuká<strong>no</strong> Ocidental, com línguas faladas<strong>no</strong> Peru, Equa<strong>do</strong>r e Colômbia, semrepresentantes <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>; e o Tuká<strong>no</strong> Oriental,com ramificações que vão desde a Colômbiaaté o <strong>Brasil</strong>. No <strong>Brasil</strong>, há pelo me<strong>no</strong>s<strong>do</strong>ze línguas dessa família, <strong>no</strong> Uaupése em seus afluentes Tiquié e Papuri. Elassão todas muito próximas entre si, e incluem:Tuká<strong>no</strong>, Barasána, Yebamasã, Wanána,Desána e Kubéba, entre outras.A família Makú (ou Puinave) inclui línguasfaladas entre os rios Uaupés, Negroe Japurá, chegan<strong>do</strong> até a Colômbia. Foramidentifica<strong>do</strong>s pelo me<strong>no</strong>s seis gruposde índios Makú <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>: Bará, Húpda,Yahúp, Nadêb, Káma e Guariba (Wariva).A família Ya<strong>no</strong>mámi (antigamente chamadade Xirianá ou de Waiká) é compostapor quatro línguas faladas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong> e naVenezuela, mutuamente ininteligíveis masmuito próximas entre si, todas com váriosdialetos: Ninam ou Yanám, Sanumá, Yamomámi(a maior das quatro) e Ya<strong>no</strong>mámou Yai<strong>no</strong>má.Como se pode ver, todas as famíliasme<strong>no</strong>res tendem a se localizar na periferiada bacia amazônica, e não em seu cursoprincipal. Mas são necessários estu<strong>do</strong>smais aprofunda<strong>do</strong>s para se poder estabelecermais seguramente há quanto tempoestariam em suas regiões atuais.As línguas isoladas, todas com reduzi<strong>do</strong>número de falantes, à exceção <strong>do</strong> Tikuna,fala<strong>do</strong> por mais de 20 mil pessoas,"são muito importantes para se compreenderemas fases mais antigas da história dacultura - datas além <strong>do</strong> alcance da técnicacomparativa, ou seja, anteriores a4000-5000 a.C. (Urban, 1992:99). Isso épossível se se estender para as línguas isoladaso princípio básico utiliza<strong>do</strong> para determinaro ponto de dispersão de uma famílialinguística, que seria a área geográficaonde estão concentra<strong>do</strong>s os seus membrosmais divergentes. Então, <strong>no</strong> caso das línguasisoladas, as áreas em que se encontrassemsuas maiores concentrações seriamprovavelmente focos de dispersões muitoantigas. Analisan<strong>do</strong> a distribuição das línguasisoladas e famílias muito pequenas naAmérica <strong>do</strong> Sul. Urban considera que sepodem propor três focos prováveis de antigadispersão: "1) a área <strong>do</strong> Nordeste brasileiroonde, infelizmente, todas as línguasem questão estão extintas; 2) o planalto aoeste <strong>do</strong> <strong>Brasil</strong> e na vizinha Bolívia, em tor<strong>no</strong>da chapada <strong>do</strong>s Parecis e da serra <strong>do</strong>sPacás-Novas; e 3) <strong>no</strong>rte <strong>do</strong> Peru e Equa<strong>do</strong>r"(1992:99).Quantas e quais são as línguas isoladasainda faladas <strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>?Em número de dez, são as seguintes:Aikaná (conhecida também como Tubarão,Huarí, Masaká, Kasupá, Mundé, Corumbiara),falada por me<strong>no</strong>s de 100 pessoas<strong>no</strong> sudeste de Rondônia; Koaiá (Arara), cujosúltimos falantes vivem entre os Aikaná;Ka<strong>no</strong>ê (Kapixaná), com seus últimosfalantes espalha<strong>do</strong>s em diversas partes deRondônia;Jabuti, cujos poucos falantes vivemcom os Makuráp (Tupi) <strong>no</strong> Guaporé(RO); Arikapú, com 14falantes (em 1968,quan<strong>do</strong> foram encontra<strong>do</strong>s), provavelmenteuma variedade <strong>do</strong> Jabuti; Mky, com cercade 200 falantes e duas formas dialetaisem duas aldeias distintas, Iránxe (AldeiaCravari) e Mky (Aldeia Escondi<strong>do</strong>), <strong>no</strong> <strong>no</strong>roeste<strong>do</strong> Mato Grosso; Trumái, <strong>no</strong> altoXingu, com cerca de 50 falantes; Awakê,me<strong>no</strong>s de 20 falantes, <strong>no</strong> alto Uaricaá, emRoraima; Máku, também em Roraima, nãose saben<strong>do</strong> ao certo se ainda existem falantesdela; finalmente o Tikúna, para<strong>do</strong>xalmenteo mais numeroso povo indígena<strong>no</strong> <strong>Brasil</strong>, fala<strong>do</strong> <strong>no</strong> Solimões(Amazonas) por mais de 20.000 pessoas.Infelizmente, poucas dessas línguas têm si<strong>do</strong>objeto de pesquisa até agora.Segun<strong>do</strong> Rodrigues (1986:95), "a mesmaimportância crítica das línguas isoladascomo exemplares únicos de organizaçãolinguística e cognitiva têm também as línguasque, embora mostrem indícios defiliarem-se a um grande tronco, como o Tupie o Macro-Jê, não se relacionam diretamentea nenhuma das famílias constituintes<strong>do</strong> tronco". Estão nessa situação oGuató (Macro-Jê), com pouquíssimos falantes(a maioria fala só o português), <strong>no</strong>alto Uruguai; o Rikbaktsa e o Karajá, <strong>no</strong>

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!