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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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tos ou indivíduos <strong>do</strong> grupo. A competiçãoentre agências de contato exerce-se habitualmenteatravés dessas relações. Quan<strong>do</strong>o gesto, de momentâneo ou ocasional,se transforma numa política de relacionamento- operan<strong>do</strong> seleções definidas pelosagentes de contato - ele acaba por afetardiretamente o sistema de relaçõessociais e políticas internas da sociedadeindígena 16 .Na rotina <strong>do</strong>s postos, as cautelas incialmenteobservadas <strong>no</strong> que se refere à preservaçãocultural tornam-se rapidamenteobsoletas. Uma vez instaurada a dependência<strong>do</strong>s índios em relação aos bens queos atraíram para os postos, passa-se a justificara necessidade da introdução de utensílios,de cultivares agrícolas, etc... comomeio de suprir a pobreza da tec<strong>no</strong>logia indígena.Visão esta que ressurge com todaforça, logo terminada a fase de encantamento<strong>do</strong> recém-contato. Esse desencantamentoseria, afinal, o marco a partir <strong>do</strong>qual os isola<strong>do</strong>s são promovi<strong>do</strong>s, passan<strong>do</strong>da infância à idade adulta, <strong>do</strong> paraísoà pobreza, que precisa ser aliviada.Os exemplos acima - que representamapenas alguns aspectos mais evidentes deum conjunto de relações muito mais complexas- <strong>no</strong>s trazem de volta à questão inicial:por que um marco entre a situação deisolamento e de contato? Quais as implicaçõesdesta passagem se a posição de isola<strong>do</strong>é, por definição, transitória? Qual oobjetivo da proteção se, na prática, as relaçõespolíticas implantadas <strong>no</strong> contato cristalizama dependência <strong>do</strong>s povos que seapresentam, inicialmente a <strong>no</strong>ssos olhos,como povos autó<strong>no</strong>mos?Um bom exemplo para refletir sobre ascontradições <strong>do</strong> protecionismo é a prática- persistente inclusive na atual política indigenista- de repassar as obrigações assistenciais<strong>do</strong> Esta<strong>do</strong> às missões evangélicas,que atualmente são pletora 17 e continuammanipulan<strong>do</strong> seu objetivo fundamentalistacom uma face científica (linguistas, ecólogose etnólogos) ou assistencial (dispõemNas idas e vindasentre as aldeias e ospostos deassistência, obtêm-seobjetos como osque a índia Terãconseguiu: terça<strong>do</strong>s.espelho, latasusadas comorecipientes. BaseCuminapanema,1990. FotoDominique Gallois.

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