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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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fuso um movimento de rotação. (Cf. B.G.Ribeiro, 1986:283-321; 1988:41-76).A arte de tecerA arte <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> alcançou entre <strong>no</strong>ssosíndios o mesmo relevo que a <strong>do</strong> trança<strong>do</strong>.a arte plumária e a cerâmica. Cultivan<strong>do</strong>o algodão e conhecen<strong>do</strong> outrasfibras têxteis, os índios brasileiros dispunhamde materiais apropria<strong>do</strong>s à tecelagem.Na classificação da produção têxtil <strong>do</strong>síndios brasileiros distinguem-se duas grandesclasses de técnicas básicas: 1) trabalhoem trama; 2) trabalho em malha. O trabalhoem trama se processa com o uso de<strong>do</strong>is fios descontínuos: urdidura e trama.O trabalho em malha é feito com um fiocontínuo.A técnica de tecelagem - chamada"verdadeira" - se processa pelo entrecruzamentoem ângulos retos de duas sériesde fios: urdidura, os passivos, e trama, osativos. A tecelagem verdadeira exige o usode uma armação - o tear - para distendere separar convenientemente os fios da urdidura.E chama<strong>do</strong>, por isso, tear detensão.Entre índios brasileiros encontramos,basicamente, três tipos de tear. O primeiroé forma<strong>do</strong> de duas barras horizontais -as urdideiras - porque nelas é passa<strong>do</strong> ourdume, amarradas a duas traves na vertical.Esse tipo de tear é conheci<strong>do</strong> na bibliografiaet<strong>no</strong>lógica como "tear amazônicoou tipo aruak". É também chama<strong>do</strong> tearcom a urdidura na vertical. Nesse tear seproduz a tecelagem entretecida (weaving),"tecelagem verdadeira".Um segun<strong>do</strong> tipo de tear, mais expandi<strong>do</strong>que o primeiro, é constituí<strong>do</strong> de <strong>do</strong>isesteios finca<strong>do</strong>s <strong>no</strong> chão em tor<strong>no</strong> <strong>do</strong>squais é passada a urdidura em senti<strong>do</strong> horizontal.E chama<strong>do</strong> por isso, tear com ourdume na horizontal. Presta-se para confeccionarteci<strong>do</strong> entretorci<strong>do</strong> (twined) oucontratorci<strong>do</strong> (countertwined).O terceiro tipo de tear é forma<strong>do</strong> poruma vara <strong>do</strong>brada em forma de ferradura,com as pontas amarradas a certa distânciauma de outra. Nesse intervalo e na<strong>do</strong>bra é passada o urdume. Esse tipo detear portátil, próprio para executar teci<strong>do</strong>sde pequenas dimensões, é designa<strong>do</strong> tearem U, tear em arco ou "tipo ucaiali". Nelesão executa<strong>do</strong>s a<strong>do</strong>r<strong>no</strong>s teci<strong>do</strong>s para osbraços e as pernas e as tangas de miçangas.Apenas os grupos indígenas que tiveramcontato com a civilização incaica, comoos Omágua, e os grupos de língua Pa<strong>no</strong><strong>do</strong>s afluentes <strong>do</strong> rio Ucaiali (Kaxináwae outros) utilizam o tear de cintura. Nestetipo de tear. a tensão <strong>do</strong>s fios é dada pelatecelã, que passa um cinto em tor<strong>no</strong> da cinturapara firmá-los.No sistema de tecelagem conheci<strong>do</strong>como "trabalho em malha" o produto é obti<strong>do</strong>com um fio enreda<strong>do</strong>r contínuo, deextensão limitada, uma vez que tem depassar dentro das malhas, guia<strong>do</strong> geralmentepor agulha de orifício.Mulher Wayanafian<strong>do</strong> algodão comum fuso. Foto LúciaVan Velthcn.

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