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Lançamento do livro "História dos índios no Brasil

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I- Idealizações <strong>do</strong>bom e <strong>do</strong> mauselvagem.Bom e mauselvagem. "Busto deBotocu<strong>do</strong> Quack".Friedrich T. Kloss,aquarela. Bibl.<strong>Brasil</strong>ianaRobert Bosch,Sttutgart. Foto:António Rodrigues.Bom e mauselvagem. "CapitãoJeparaque <strong>do</strong> RioGrande deBelmonte". HeinrichKeller. Aquarela abico de pena. Bibl.<strong>Brasil</strong>iana RobertBosch, Sttutgart.Foto: AntónioRodrigues.ção.Como sabemos, as teorias raciais e oevolucionismo, que impregnaram as ideologiassobre o índio <strong>no</strong> século passa<strong>do</strong>, deitamraízes de longa duração em <strong>no</strong>ssa memóriasocial, que tanto remetem para abusca de um passa<strong>do</strong> "original" como paraquestões atuais sobre o lugar da identidadeétnica na cultura brasileira. Trazer aimagem e a arte para esse debate, significa,<strong>no</strong> limite, buscar <strong>no</strong>vos caminhos paraa reconstituição de antigos dilemas <strong>do</strong> "discurso<strong>do</strong> confronto". Significa também indagarsobre os processos diferencia<strong>do</strong>s entreduas linguagens, que recolocam emdiscussão a interdisciplinaridade, as fronteiras<strong>do</strong> conhecimento e as articulaçõesentre estética e ciência.O exame da ico<strong>no</strong>grafia indígena <strong>do</strong>passa<strong>do</strong> permite identificar, através da imagem,um movimento inicial de ruptura narepresentação <strong>do</strong>minante sobre o índio, enquantocategoria indiferenciada contrapostaao branco, em direção ao reconhecimentoda existência das sociedades tribaisconcretas e suas diferenças.A linguagem <strong>do</strong> desenho, com seus códigospróprios e seus significantes, revela--se então como <strong>do</strong>cumento visual de umatemporalidade, como "arquivo de identidades",poderíamos dizer, que abre inúmeraspossibilidades de estu<strong>do</strong> para a históriaindígena e para a et<strong>no</strong>logia naatualidade, principalmente <strong>no</strong> que se refereà <strong>no</strong>ção de pessoa, questão que examinaremosna parte final deste trabalho.O desenho como linguagemTomar a imagem icônica como objetode análise implica ter em mente que se tratade um registro realiza<strong>do</strong> em determinadascondições, dentro das quais uma "leituraantropológica" pressupõe problemasteóricos e meto<strong>do</strong>lógicos não inteiramenteclaros para o pesquisa<strong>do</strong>r.Antes de mais nada torna-se necessárioindagar o que diferencia a imagem deoutras formas de linguagem.Para Barthes, além da substância linguística("uma imagem vale mais que milpalavras"), toda imagem é porta<strong>do</strong>ra deuma dupla mensagem: uma mensagemcodificada (co<strong>no</strong>tação) que remete para

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